domingo, 31 de maio de 2009

Anatomia de uma Crise Silenciosa

Um relatório intitulado "Human Impact Report: The Anatomy of a Silent Crisis", da organização humanitária "Global Humanitarian Forum" (GHF), estima que já 300 000 pessoas morrem por ano como consequência das alterações climáticas.

Kofi Annan, antigo secretário geral da ONU, e fundador da GHF, disse à CNN no passado dia 29: "Pela primeira vez estamos a tentar chamar a atenção do mundo para o facto de que as alterações climáticas não são qualquer coisa que se espera, mas que já tem o seu impacto em muitas pessoas em todo o mundo".

A grande maioria das mortes referidas, cerca de 99%, ocorre em países em desenvolvimento, que se estima contribuírem com menos de 1% para o total das emissões de carbono.

Os países considerados mais vulneráveis são os da zona seca semi-árida e sua cintura, desde o Sahara/Sahel até ao médio oriente e Ásia central, África subsahariana, sul e sudeste da Ásia, América Latina, parte dos Estados Unidos, pequenos estados ilha e a região do Ártico. Dos países desenvolvidos, a Austrália é apontada como o mais vulnerável aos impactos das alterações climáticas.

O mesmo relatório aponta 325 milhões de pessoas seriamente afectadas, perdas na economia de 125 mil milhões de dólares, 4 mil milhões de pessoas vulneráveis e 500 milhões de pessoas em risco extremo. Estes números representam valores médios baseados em tendências projectadas ao longo de vários anos, e têm uma margem de erro significativa: os números reais podem ser superiores ou inferiores.

O relatório diz também que as alterações climáticas ameaçam o desenvolvimento sustentável e todos os oito objectivos de desenvolvimento do milénio, estabelecidos em 2000 para reduzir a pobreza extrema até 2015. Estes objectivos incluem erradicação da fome, redução da mortalidade infantil e parar a disseminação de doenças como a SIDA e a malária.




Fontes: GHF, CNN, Timesonline

3 comentários:

  1. excelente blogue-
    voltarei.
    parabens

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  2. Pois... alguém se referiu a isso numa cimeira relativamente recente em Bruxelas. Se não estou em erro, foi há um ano atrás. Claro está, que essa voz, que tentou chamar a atenção dos demais Chefes de Estado e o silêncio pairou durante alguns minutos. Essa voz, unilateral, acusou os Governos dos Países desenvolvidos, para aquelas metas, a que se tinham comprometido, para ajudar os países pobres. Ficou tudo muito quieto e a engolir em seco,enquanto Angela Merkl pedia satisfações. Ninguém conseguiu responder e ela reduziu-se ao silêncio. Pena é que como mulher e com a força que tem, líder de uma Nação tão poderosa como a Alemanha, não tenha começado por dar o exemplo. Provávelmente e como sempre, a desculpa foi a crise (petrolífera na altura). E de crise em crise lá se vai disseminando a pobreza aos 5 Continentes. Tenho esperança, é nos Países emergentes, vamos lá ver se isto dá a volta. Mas quanto ás promessas, especialmente no que toca a África, já se viu que é para esquecer...

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