sexta-feira, 31 de julho de 2009

Dormir Nu É Ecológico

O livro "Dormir Nu É Ecológico" da canadiana Vanessa Farquharson e editado pela Presença este mês de Julho em Portugal, mostra a saga da jornalista que um dia se lembrou de levar a sério a missão de se tornar ecológica num ano.
Resolveu então criar um blogue (Green as a Thistle) e alimentá-lo dia a dia com as suas aventuras e desventuras ambientalistas, num total de 366 medidas a implementar ao longo de um ano que acabou bissexto (desde 1 de Março de 2007 a 29 de Fevereiro de 2008).
Vanessa aplica desde as acções aparentemente mais insignificantes, como deixar de usar cotonetes ou usar apenas uma chávena e um copo por dia, até chegar a vender o seu automóvel, passando por uma panóplia de privações, como desligar o frigorífico e deixar de usar o secador de cabelo, e alterando radicalmente o tipo de alimentação para alimentos exclusivamente naturais, biológicos e frescos, de preferência locais, comendo carne apenas uma vez por semana, bem como passando a usar todo o tipo de produtos de higiene e de limpeza o mais natural e nas menores quantidades possíveis.

Ao fim e ao cabo, a escritora jornalista demonstra que é de facto possível melhorar o nosso comportamento ambiental, com a consciência de que, se há medidas que não são exequíveis ou nem sequer valem a pena, muitas outra há que facilmente se integram no nosso quotidiano, bastando para tal uma pequena dose de imaginação e de boa vontade.

Um livro muito divertido e bem-humorado, fácil de ler, e onde não faltam ideias (embora algumas muito radicais, outras um pouco loucas) para pormos em prática um modo de vida mais sustentável.

Era bom que em Portugal existissem, assim como em Toronto, bastantes lojas dedicadas a quem pretende uma forma de vida mais saudável, natural e ecológica, tal como "mercearias" em que os produtos são vendidos nas quantidades desejadas para as embalagens que os clientes trazem de casa. À moda antiga, da qual ainda me lembro.

Quem sabe este livro venha dar algumas ideias a quem esteja aí virado para esse negócio. Eu, se tivesse esse tipo de lojas na minha cidade, alinhava.

Chicken a la Carte

Esta curta metragem já muito circulou por e-mail, e já muito foi vista no Youtube. De Ferdinand Dimadura, 2005. Sobre o contraste de dois mundos, sobre fome e pobreza. Quem ainda não viu, aproveite para ver.

terça-feira, 28 de julho de 2009

ECOLOGIA A SÉRIO

Pensamos já em tudo, ou quase tudo o que se possa fazer, para que o Planeta se torne um sítio sustentável. Muita coisa foi dita, mas aqui a fada, pensa que existe algo que passou despercebido.
Quando falamos em Sustentabilidade, falamos num abrangente leque de acções, que devem ser tomadas e a meu ver, o mais urgente possível.
Nesse leque tão vasto, quero aqui chamar a atenção para a construção sustentável.
Eu sei, eu sei, já se fartaram de pôr essa questão!...
O que ficou esquecido foi a "nova" forma de construir. Aqui a Sra Arquitecta, esqueceu-se de que se pode construir casas e edifícios em terra ou argila.
Material utilizado desde os primórdios da civilização e ainda utilizado em alguns Países, chamados de pobres.
Pois então, quero dar a conhecer, que voltou de novo à baila, dentro do novo contexto ecológico, esse tipo de construção nos Países desenvolvidos. Atrevo-me pois, a dar o exemplo do nosso Portugal, nunca me esquecendo de que de desenvolvido pouco tem, nomeadamente no que toca a assuntos sociais.
Mas no que toca a Ecologia, parece que o País, quer mesmo dar um saltito e andar para a frente.
Pese embora o facto, de que construção em terra ou argila, seja já ancestral; mas o que é facto, é que pouco há de tão ecológico!
Nós, carcaças velhas que por aqui andamos, podemos franzir o sobrolho, a coisa tão descabida (?!), mas quem sabe, os jovens, com a sua open mind, não serão o público visado, pois deles depende o futuro.
A Construção em terra , começou em Portugal no início dos anos 90, existindo nichos localizados no Alentejo e Algarve, de construções privadas, complexos turísticos, turismo de habitação e em públicas, podemos referir duas escolas em Albufeira e o Mercado de S. Luís, em Faro, construído por alunos, especializados neste tipo de construção.
O mais triste de tudo isto, é que chegou a existir em Serpa, uma escola especializada neste tipo de construção, a construção da terra e teve de fechar, por falta de alunos!
Mas a Câmara Municipal de Serpa, não se conforma e vem fazendo disto, o seu cavalo de batalha e é de louvar!
Não sendo expert neste assunto, sei que a construção é totalmente ecológica. Existem três tipos de procedimentos: em adobe, em taipa e em blocos de terra comprimida BTC.
Este último, é o tipo optimizado e mais divulgado.
Em questões financeiras, não se pode dizer, que se torna menos dispendioso, mas a médio prazo, os benefícios na poupança de energia e habitabilidade serão extremamente compensadores. São construções, com imensas vantagens energéticas, devido a uma inércia térmica fortíssima e à evapo-transpiração de altos índices, sendo por isso saudável, a própria casa respira, evitando humidade excessiva, odores ou fumos.
Quanto à durabilidade da construção, sendo bem feita, por um projectista especializado, precisa apenas de manutenção na cobertura. Eu digo especializado, pois é essencial, o saber da terra profundo, na elaboração das fundações.
E para quem possa ter ainda dúvidas, basta dizer que o Castelo de Paderne, datado de 1200, construído em taipa, resiste às intempéries, apenas com manutenção nas fundações e cobertura.
Neste momento a REDECOS, faz um trabalho exemplar de divulgação.
Vamos lá malta jovem, apostem no vosso futuro!
Para quem quiser saber mais: AQUI
Quanto ao esquecimento da arquitecta, podem tirar o cavalinho da chuva, porque mais cedo ou mais tarde, aqui traria o assunto para exposição e não duvido mesmo, que o venha a fazer! Mas como a Fada, é brincalhona; patrão fora dia santo na loja!
Um sorriso para todos e seja o que Deus quiser, quando a patroa chegar!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Negócio sim, mas com respeito!

As modas também se fazem sentir no ecoturismo e nem sempre com os melhores efeitos.
Vem isto a propósito da oferta turística no Cais das Portas do Mar, em Faro, ter aumentado de tal ordem que os barcos já fazem fila para atracar. Passeios ao pôr do Sol com champanhe e frutos do mar, observação de flamingos ou garças, viagens em barcos tradicionais para ver mariscadores, mergulhos na ilha Deserta (na foto, a Praia da Barreta que é onde costumo alapar) ou simplesmente embarcar por 2,5 euros numa espécie de autocarro marítimo para a ilha do Farol são algumas das ofertas turísticas disponíveis a partir de Faro, na ria Formosa.
Temo o pior. Basta conhecer a ilha Deserta e no seu sossego para se ficar receoso dos efeitos deste súbito interesse. Conheço bem a praia que, em pleno mês de Agosto, tenha tanta gente como cabelo de sapo! Quer dizer, tinha … pois com esta novidade que agora descubro, já nem sei que diga.
Espero que prevaleça o bom-senso e o respeito pelo meio ambiente. Por parte dos operadores, nomeadamente na utilização de combustíveis e lubrificantes que minorem os efeitos da poluição, que a bordo não permitam níveis de poluição sonora que perturbem a fauna; quanto aos veraneantes que não se esqueçam, por exemplo, que o lixo é para ser levado e depositado em local próprio e não deixado ao Deus dará.
Porque só o respeito pelo meio ambiente permitirá manter o negócio!

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Quem encolheu os peixinhos?

Pois é, estamos em Julho, Julho, meus amigos, e isto parece Inverno. Já sei, vão-me dizer que nada de anormal se passa, mas eu não consigo deixar de cismar que ou S. Pedro anda a lavar o logradouro do céu ou o tempo anda maluco!
Para completar o ramalhete topo que, afinal, quem é adepto dos carapaus pequeninos , os famosos “jaquinzinhos”, acho eu, com arroz de ervilhas, corre o sério risco de começar a comer arroz de “tamborilzinho”, “robalozinho” pequenino grelhado, bacalhauzinho em grão de bico …
É que, de acordo com isto, os peixes das águas europeias perderam metade da sua massa corporal no espaço de algumas décadas, por causa do efeito das alterações climáticas!
E qual o problema, dirão os mais cépticos?
Os peixes mais pequenos têm menos crias e constituem presas mais pequenas para os seus predadores, incluindo o homem, colocando assim consequências graves para a cadeia alimentar e para o ecossistema.Ou seja, no limite nem bacalhauzinho, nem sardinhinha, nem nada …

domingo, 19 de julho de 2009

Se não forem eles, sejamos nós a fazer a diferença….

Introduzidos nos anos 70, os sacos de plásticos depressa se tornaram muito populares, especialmente através da sua distribuição gratuita nos supermercados e outras lojas. São também uma das formas mais comuns de acondicionamento dos resíduos domésticos e, através da sua decoração com os símbolos das marcas, constituem uma forma barata de publicidade para as lojas que os distribuem.
Os sacos de plástico não são formas de transporte inócuas para o ambiente pelo elevado número de sacos produzidos e a natureza não biodegradável do plástico com que são produzidos. Além disso, a produção do polietileno faz-se a partir de combustíveis fósseis e acarreta a emissão de gases poluentes.
Calcula-se que cerca de 90% dos sacos de plástico acabam a sua vida em lixeiras/aterros, ou como resíduos ou como contentores de resíduos.
Em Portugal a Quercus concluiu que dos supermercados que distribuem gratuitamente os sacos plásticos, 95% dos clientes saíam a carregar sacos novos e apenas cinco por cento traziam reutilizáveis. Já entre os clientes de supermercados que cobram pelos sacos, a proporção é de 51% e 49%, respectivamente.

O Ministério do Ambiente chegou a sugerir, em 2007, uma taxa de cinco cêntimos sobre cada saco. Mas o Governo recuou e pôs na gaveta uma proposta de decreto-lei que já estava elaborada.

LEVA O TEU SACO REUTILIZÁVEL ÀS COMPRAS….VAIS SENTIR-TE MELHOR!

sexta-feira, 17 de julho de 2009

350 - por uma atmosfera mais limpa

É um facto que a atmosfera tem , desde a revolução industrial, aumentado a concentração de dióxido de carbono (CO2) de cerca de 280 ppm (partes por milhão) nessa altura até cerca de 380 ppm actualmente.

Bill Mckibben iniciou um movimento denominado "350" destinado a apelar a que este número seja a meta das Nações Unidas em Copenhaga, emDezembro próximo. Segundo ele, 350 ppm é a concentração que os principais cientistas dizem é o limiar seguro para dióxido de carbono na nossa atmosfera, para evitar sérias consequências devidas a alterações climáticas: "Precisamos de um acordo internacional para reduzir rapidamente as emissões de carbono, e 2009 pode ser a nossa melhor hipótese. As Nações Unidas estão a trabalhar num tratado global de clima, que deverá ficar completo em Dezembro de 2009 num plenário em Copenhaga, na Dinamarca. Mas os actuais planos para este tratado são demasiado brandos para nos restituir a segurança. Este tratado tem de dar um carbono um preço suficientemente elevado para que o deixemos de usar tanto. Também tem de garantir aos países pobres uma oportunidade justa para se desenvolverem."



Preparam-se já acções a nível mundial para que, no dia 24 de Outubro, se mostre aos líderes mundiais que nós, cidadãos, queremos uma atmosfera mais limpa e metas ambiciosas para o futuro tratado de Copenhaga. Consullte os links para ficar mais bem informado, e vá pensando em iniciativas para esse dia. Voltaremos ao tema mais tarde.

terça-feira, 14 de julho de 2009

Limpar Portugal

E se limpássemos Portugal num dia como eles limparam a Estónia?
No dia 03 de Maio de 2008, 50.000 voluntários limparam mais de 10 mil toneladas de lixo na Estónia. Vejam a reportagem desta história no filme abaixo.
No LandMania, clube de praticantes de todo o terreno turístico com tradição humanitária, acharam que esta acção poderia ser replicada em Portugal, dado que muitas vezes recolhem o lixo que encontram quando circulam pelos nossos montes. E assim foi lançada a iniciativa Limpar Portugal , que aponta para o dia 31 de Outubro. Já há vários grupos, eu aderi ao VNF-Famalicao.
Vamos lá aderir a esta óptima iniciativa, e divulgar. Depois, será mãos à obra. Juntos, conseguiremos. Se eles lá na Estónia conseguiram, porque não nós?

(A data foi posteriormente adiada para 20 de Março de 2010)

Apaguem as luzes, quero ver o céu!

A poluição é um problema essencialmente das cidades. E nestas a poluição luminosa é um problema adicional. Especialmente para quem queira observar o céu à noite. Como tive oportunidade de fazer recentemente ali nas faldas da Serra do Caldeirão, pela noite dentro!
Por isso, no âmbito do Ano Internacional da Astronomia, a organização deste evento vai promover, já no próximo fim-de-semana, a “Noite das Estrelas”.
A intenção é conseguir que nas cidades se apaguem todas as luzes para que se possa ver a beleza do céu à noite.
Veja aqui mais informações.

sábado, 11 de julho de 2009

Oceanos saudáveis para que a Terra respire

Este vídeo da campanha de 2006 da organização Greenpeace para a defesa dos oceanos mostra de uma forma fabulosa a "respiração" da Terra, tendo como elemento fundamental nesse processo a água e os oceanos.
É um alerta da Greenpeace para a excessiva e insustentável pesca industrial e aquacultura e para a poluição dos oceanos, especialmente a provocada pelos acidentes com petroleiros e por produtos tóxicos.


Estamos no Verão, e muitas pessoas aproveitam as férias ou os fins de semana para desfrutar a praia e o mar. Façamos um bocadinho mais que o mínimo pelos oceanos: não deixemos lixo na praia, e contribuamos para o bem comum recolhendo também lixo que alguém lá deixou, ou que foi cuspido pelo mar para a praia. Especialmente se for de plástico.

Lembrem-se, o plástico não é biodegradável e vai contribuir para adoecer mais os oceanos, como já está a acontecer com a "sopa de plásticos no Pacífico", zona para onde as correntes levam o lixo de plástico, e que já cobre uma, aliás, duas, assustadoramente vastas áreas.

Imagem de Greenpeace obtida aqui

quarta-feira, 8 de julho de 2009

Aquecimento Global - arma de arremesso?

Não tenho qualquer formação na área da meteorologia ou da climatologia que me permita fazer qualquer juízo sobre quais os modelos climáticos mais correctos para descrever o que se passa ou o que se prevê para o clima da Terra.
Tenho apenas a noção de que é uma ciência sujeita a muitas incertezas, quer pelos inúmeros factores a ter em conta, quer pela dificuldade de medição das diversas variáveis à escala global. Aliás, qualquer cientista que se preze é céptico. Para cada conclusão a que chega deve colocar todas as perguntas possíveis até provar que assim é. E em ciência, uma verdade hoje pode não o ser amanhã!

Talvez porque haja muito pouca gente que perceba realmente de climatologia e de meteorologia, é difícil para as pessoas comuns entenderem se há ou não aquecimento global.
Nem cientistas de áreas diferentes (da química, da biologia, da matemática,...), e por si só, o entenderão em profundidade. E com tanta informação contraditória, pior ainda.
De modo que, o assunto das alterações climáticas e do aquecimento global, parece que se tornou em arma de arremesso, em assunto político e religioso. Admito a dificuldade de discutir aquilo de que não se sabe ou percebe, mas é pena que assim seja.

Apesar do início da contestação à teoria do aquecimento global ter sido devido aos esforços da GCC - Global Climate Coalition (formada em 1989 para se opor aos relatórios do IPCC, e que reunia algumas das maiores empresas dos sectores petrolífero, automóvel e do carvão), não afirmo que os cientistas que para eles trabalharam e outros, que desligados da GCC, põem em causa o aquecimento global não sejam sérios. Como já disse, esta é uma ciência sujeita a muitas incertezas.

Mas tal como se devem respeitar as teorias dos que consideram não haver qualquer problema com o aquecimento global, também estes se deviam abster de considerações. A não ser que chamar farsa ao 4º relatório do IPCC não seja ofensivo...

Assumo que acredito nas teorias e previsões que indicam que estão a ocorrer alterações climáticas e aquecimento global, e que nos colocam um cenário futuro pouco atractivo.
A escolha antagónica seria a de acreditar nas teorias e previsões daqueles que dizem que não há aquecimento global, ou que se o há, não tem origem antropogénica ou, mesmo que seja provocado pela actividade humana, nada de mal se passará por isso.
Também podia ficar confusa com as opiniões divergentes e nem sequer me preocupar com o assunto, tipo “outros que pensem nisso”!

Como disse, escolhi e escolho a primeira hipótese. Não por sabedoria ou conhecimentos científicos, mas certamente que não por uma questão de religiosidade ou fanatismo ambientalista.

Não me integro nesses grupos. É tão-somente uma questão de bom senso, acho eu.
E penso que não ando mal acompanhada pois é muito maior o número de cientistas que afirmam com grau de certeza considerável que o planeta está a aquecer, que uma parte desse motivo é de origem antropogénica, e que esse aquecimento põe em risco o equilíbrio do planeta, do que os que afirmam o contrário.

Não há como evitar certas evidências: os glaciares estão a recuar, os icebergues a derreter cada vez mais depressa, o Árctico a descongelar, a Gronelândia e as montanhas de todo o planeta têm cada vez menos gelo ou neve.
Não há dúvida que a concentração de CO2 na atmosfera é agora muito superior à que existia antes da revolução industrial.
Está mais que comprovado que o CO2 é um gás com efeito de estufa. Também não é difícil entender que as actividades humanas emitem grande quantidade de gases com efeito de estufa; basta saber a reacção química que ocorre nos motores de combustão dos nossos automóveis, ou que ocorre nas centrais térmicas a carvão ou a derivados do petróleo!
Também é lógico que, ao desflorestar maciçamente, se está a reduzir substancialmente a capacidade de absorção de CO2 da atmosfera pelas árvores.

E se mesmo assim me restassem dúvidas, que opção seria essa a de ficar de braços cruzados à espera de ver o que acontece?
Talvez nunca venha a saber, talvez esses desequilíbrio e mudanças mais drásticas não aconteçam no meu tempo de vida.
E se acontecerem, pode ser que não atinjam cá o meu cantinho.

Mas, e as gerações futuras?
Estamos dispostos a deixá-los correr o risco sem nada fazermos?
É justo que sejam eles a pagar a factura?
Não, eu não quero ficar como o sapo numa tina a aquecer lentamente, e a não conseguir saltar fora porque já é tarde de mais. Não, se eu puder fazer alguma coisa, farei!

domingo, 5 de julho de 2009

Fórum do Condomínio da Terra - 2º dia

Hoje, 2º dia do Fórum Internacional do Condomínio da Terra, foi dedicado aos temas da Vizinhança Económico-ambiental e à Valorização Jurídica e Económica da Interdependência Global.
Foram oradores:
- Bill Mckibben, EUA, "Porque o mundo precisa saber: Construir um Movimento Climático em 2009"
- Fernando Nobre, Portugal
- Colin Soskolne, Espanha, "Valores, Ética e Sustentabilidade"
- Marti Boada, Espanha, "Crise Ambiental, uma Crise Civilizacional"
- D. Manuel Martins, Portugal, "Uma perspectiva Cristã sobre o Condomínio Terra"
- Purificació Canals, Espanha
- Paulo Magalhães, Portugal, " A Crise Ambiental e a Consequente Crise no Edifício de Preconceitos: o Condomínio Terra como Proposta de Adaptação das Sociedades Humanas ao Funcionamento Global da Biosfera"

Foram intervenções de grande alcance, com o objectivo de provocar uma ruptura com preconceitos e abertura de mentalidades para a urgência de uma nova sociedade que ponha à frente de tudo o respeito pela Natureza e pelo Homem como parte integrante da mesma, e que tem de deixar de estar amarrada a um pensamento preconceituoso que coloca a economia e o lucro de alguns à frente de tudo.

Embora todas as exposições tenham sido de excelente qualidade, destaco aqui duas:

- O apelo do Dr. Bill Mckibben para a campanha 350.org, que pretende envolver a população, organizações e cidades para chamarem a atenção dos decisores políticos que vão estar em Copenhaga em Dezembro, de que a meta tem de ser uma concentração máxima de CO2 equivalente na atmosfera de 350 ppm. O dia 24 de Outubro é a data escolhida para os actos simbólicos.

- O apelo do Dr. Fernando Nobre para a necessidade de alterar mentalidades, e de percebermos que somos nós cidadãos que temos de tudo fazer para obrigar os nossos governantes também a mudar, pois é essencial promover uma repartição mais justa da riqueza do mundo. Mencionou uma comparação que utilizou no prefácio para a versão portuguesa do livro "Comércio Justo Para Todos", que transcrevo: "É necessário que as empresas globais e os governos que têm incentivado e dominado as estratégias do subdesenvolvimento perene dos mais fracos assumam compromissos claros de não estrangulamento da sobrevivência dos pequenos agricultores do Sul. Como podem competir estes pequenos agricultores com os grandes monopólios do Norte que definem as regras e são, ainda por cima, maciçamente subvencionados e têm os seus mercados protegidos? Permitam-me uma metáfora: como pode um perneta famélico competir com um campeão olímpico superalimentado e medicamente assistido e ainda por cima dopado? É impossível."

Que nos fique na mente a frase de Einstein que quase todos os conferencistas usaram e com a qual o Dr. Paulo Magalhães finalizou o fórum:

"Não se pode resolver um problema usando o mesmo raciocínio que foi usado para causar o problema"

sábado, 4 de julho de 2009

Fórum do Condomínio da Terra - 1º dia

Começou hoje o Fórum Internacional do Condomínio da Terra. A sessão de abertura foi iniciada por Paulo Magalhães, mentor da ideia e coordenador do projecto, tendo sido seguido por Francisco Ferreira, Vice-presidente da Quercus. Também na mesma sessão discursou Luís Filipe Menezes, Presidente da Câmara Municipal de Gaia, cidade anfitriã do evento. O seu discurso foi breve, contundente e mordaz. Disse estar desapontado com os líderes políticos mundiais, que continuam a discutir pormenores e detalhes, esquecendo-se completamente de que se tem de partir para uma mudança de paradigma e de sistema, pois continuar no sistema que motivou o problema não será o modo de o resolver. Atacou também (talvez por outras palavras que agora não me lembro) que se o tema não fosse sobre o futuro do nosso planeta, mas a questão estética e sociológica do efeito do gesto de Manuel Pinho na Assembleia da República, haveria 100.000 pessoas em fila para entrar, e que a mesma comunicação social que deu o enorme destaque e publicou em todas as capas de jornais a foto do dito gesto, praticamente não se dignou aparecer no Fórum.
Fizeram apresentações:
- Neilton Fidelis, Brasil, "Energia, Natureza e Sociedade nos Transformando em Vizinhos Globais"
- Henrique Miguel Pereira, Portugal, "Cenários para a Mudança da Biodiversidade no Século XXI"
- Uilton Tuxá, Brasil, " Contribuições das Terras Indígenas para a Conservação dos Ecossistema Florestais Brasileiros"
- José Manuel Sobrino Heredia, Espanha, "Desenvolvimento Sustentável, Aquecimento Global e Recursos Vitais para a Humanidade"
- Maria da Glória Garcia, Portugal, "Condomínio Terra: Razão para Reflectir o Direito"
- Klaus Bosselmann, Alemanha, "Instituições de Governança da Terra"
- Viriato Soromenho-Marques, Portugal, "Quatro Princípios para a Ética Pública na Era da Terra como Condomínio Global"

Os temas foram de grande interesse e muito bem explanados, e mostraram que há pessoas com boas ideias para ajudar a construir uma nova organização mundial para proteger os recursos que deviam ser de todos equitativamente: a atmosfera, a hidrosfera e a biodiversidade.

Está lançado o debate! Espero que seja uma semente que germine, cresça e dê bons frutos.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Finalmente a arquitectura vai regressar aos arquitectos

Foi publicada hoje no Diário da República a Lei 31/2009, que revoga o Decreto 73/73 relativamente à qualificação dos técnicos autores de projectos.
Após 36 anos, parece que a arquitectura vai regressar aos arquitectos, apesar de as disposições transitórias darem azo a mais um período de 7 anos em que não é bem assim. É já bem tarde, mas como diz o ditado, mais vale tarde que nunca.

quinta-feira, 2 de julho de 2009

O valor do tempo

Porque se dedica à sustentabilidade, este blogue também aborda temas sobre ajuda humanitária aos mais desfavorecidos e mais desprotegidos. Há um tempo para tudo, mas o tempo para ajudar quem precisa devia ser sempre.

Infelizmente, há uma distribuição de riqueza neste planeta totalmente injusta. Mas, felizmente, há entre os mais favorecidos aqueles que pensam nos outros e contribuem com o seu "tempo". Como seria bom que estas contribuições se estendessem a todos cujo "tempo" é precioso.

Por falar em tempo precioso, fica aqui um momento no tempo que é uma verdadeira preciosidade.


E já agora, mesmo não sendo dos mais favorecidos no valor do tempo, também podemos contribuir para melhorar o tempo de alguém. Muitas gotas de água fazem um oceano. Algumas sugestões: 

AMI – Assistência Médica Internacional

UNICEF - Agência das Nações Unidas que promove a defesa dos direitos das crianças, e que ajuda a dar resposta às suas necessidades básicas e a contribuir para o seu pleno desenvolvimento
UNHCR - Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados

Fórum Gaia Commitment - inscrições até hoje


O Fórum Internacional do Condomínio da Terra - Gaia Commitment, realiza-se já no próximo fim de semana, em Gaia, na Praça do Eixo Atlântico. Vários especialistas internacionais vão dar o seu contributo.

A ideia original, de Paulo Magalhães, pressupõe que a hidrosfera, a atmosfera e a biodiversidade do nosso planeta são partes comuns a todos, e por isso, deve ser gerida por uma entidade, de modo a que todos as respeitem e delas possam usufruir equitativamente. Nesta página da VER pode ler a entrevista a Paulo Magalhães.

O vídeo, com Sílvia Alberto, explica bem a ideia base. Veja o programa, e, se pretende ir ao fórum, inscreva-se ainda hoje.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Adeus Bastet


A partir de hoje, a Bastet Ailuros desvaneceu-se em pó e deixou-nos. Bom, não é bem assim... foi apenas uma máscara de que a Manuela Araújo se livrou.