sexta-feira, 11 de junho de 2010

Os europeus e a biodiversidade

Em Fevereiro passado, a GALLUP fez uma sondagem aos cidadão dos 27 países da União Europeia sobre a biodiversidade. O assunto foi publicado na página do Ecosfera, e o resumo e os resultados do inquérito na página da GALLUP, ou no relatório, respectivamente.

Como conclusão geral, os europeus estão preocupados com a perda da biodiversidade - 63% consideram-na um problema muito sério e 30% consideram um problema razoavelmente sério, embora achem que o a perda de biodiversidade é mais grave globalmente do que na Europa ou no seu país.

Preocupante é também a falta de informação que dizem sentir, com 62% dos inquiridos (67% em Portugal) respondendo que não estão bem informados ou que não estão informados.

Como medidas prioritárias para aumentar a protecção da biodiversidade na Europa, 3o% (26% em Portugal) escolheram a "introdução de normas mais restritivas para os sectores económicos com impacto na natureza", 22% acham prioritário "informar melhor os cidadãos sobre a importância da biodiversidade" (28% em Portugal, onde esta prioridade ficou em 1º lugar), 14% escolheram "aumentar as áreas de protecção à natureza" (15% em Portugal), e 12% acham que a prioridade é "destinar mais recursos financeiros para a protecção da natureza na Europa" (8% em Portugal).

Uma coisa parece resultar claro: a falta de informação sentida, mas da qual, pelo menos, têm consciência, sendo que 20% dos europeus dizem não fazer mais para proteger a biodiversidade porque não sabem o quê.

Quando se pergunta "pessoalmente faz algum esforço para proteger a biodiversidade?", 67 % dos europeus (87% dos portugueses) respondem que sim, dos quais 33% (45% dos portugueses) gostariam de fazer mais.

Neste aspecto, os portugueses são aqueles que lideram a tabela, como os mais activos na defesa da biodiversidade. Talvez estejamos mais sensibilizados para este assunto do que os restantes europeus porque Portugal é mais rico em biodiversidade do que o resto da Europa. Aliás, ocupamos o terceiro lugar no ranking europeu de áreas com interesse especial de protecção, com 20% da área do território protegida (fonte: Visão n.º898).

(Veja na Visão online os 12 animais mais emblemáticos de Portugal e a sua situação de risco e necessidade de protecção)

9 comentários:

  1. Olá, Manuela,
    Sempre de passagem..sem tempo. A propósito de um relatório da ONU (Global Biodiversity Outlook ou GBO-3) a questão estava a ser centrada na inutilidade prática para o homem de alguns ecossistemas, traduzindo o desaparecimento de algumas espécies, apenas, num factor de crise económica!!! (Houve decréscimo de um terço de animais vertebrados entre 1970 e 2006 e a meta a propósito da diminuição de perda de biodiversidade prevista em Johanesburgo parece nem existir...). Caso queira explorar http://gbo3.cbd.int/ .
    O meu abraço.

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  2. lá Jeune Dame

    O que me diz não devia espantar-me, mas ainda me espanta. Será que não há modo de entenderem que a economia não deve ser o centro? E também será que não deviam entender que o homem faz parte da natureza e com ela deve conviver e não usar e abusar?
    Enfim... vou espreitar o link que deixou...
    Um abraço e obrigada

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  3. E, o mais ridículo, é observar o paralelo da ONU com os estudos do Banco Mundial!!!

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  4. Eu e a minha mania...
    Lá fui eu ver o relatório completo... assim de relance... e devo ter atracção pelo sinal "-"... e na pergunta "Would you say that you personally make an effort to protect biodiversity?" fui ver a tabela detalhada... e a distribuição etária dos que responderam "Yes, I do" é um sinal daquilo que por vezes refiro, o pessoal mais jovem está mais virado para outras coisas!!!

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  5. Excelente post, Manuela, e onde aproveito para relembrar que em Portugal, entre muitas acções/opções que deveriam ser tomadas, a primeira e aquela sobre a qual já existem vários estudos, prende-se com a necessidade de aumentarmos as nossas zonas de floresta de sobro. O nosso montado de sobro, para além de ser um dos ecosistemas que garantem maiores níveis de biodiversidade, são ainda o melhor "travão" natural para a cada vez mais evidente desertificação da zona sul do nosso território.

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  6. Voz, nessa pergunta realmente a percentagem dos mais jovens a responder que fazem alguma coisa é mais baixa, mas não percamos a esperança na juventude. Veja o caso da Jeune Dame, bem jovem. O facto de haver pouca informação e de as pessoas se sentirem pouco informadas também tem o seu peso, e a faixa etária vai desde os 15 anos, em plena adolescência.

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  7. Eduardo

    Obrigada por essa achega sobre o montado e florestas de sobro, pois há muito a saber e muito a fazer para proteger a biodiversidade, que não é apenas proteger animais em vias de extinção, mas também equilíbrios de ecossistemas completos.

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  8. Se 85.8% do pessoal com 15-24 anos nunca ouviu falar em rede Natura 2000... Se 43.5% considera que o impacto da perda de Biodiversidade só os vai afectar mais tarde e 30.4% considera que só afectará os filhos (devem estar a contar morrer bem cedo!)... Se por outro lado 65.5% deste mesmo grupo etário considera a perda de Biodiversidade a nível mundial como um problema muito sério e ao mesmo tempo 64.2% afirmam que não estão nada ou estão muito mal informados e que 36% nunca ouviu o termo "biodiversidade"... não sei sinceramente o que esperar deste grupo etário... afinal é o grupo de pessoal que está agora a estudar ou que acabou há pouco os estudos... ora este grupo tem tudo menos a desculpa da "falta de informação" para dar... comparados connosco o que não falta é informação e meios de acesso a essa mesma informação... a razão mais provável é que "não estão nem aí... para esta tanga da Biodiversidade".
    Mais grave é que também o sistema educacional não estar para aí virado...

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  9. Quando as correntes do Golfo do México começarem a alastrar e a expandir o crude libertado, pergunto-me o que poderá ser feito pela biodiversidade à escala global.
    Neste ano de biodiversidade o cataclisma paira no ar e para todo o sempre.

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