quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Desabafo de um agricultor (brasileiro)

Imagem obtida aqui
      "Encurralar: meter em curral, encantoar em local sem saída, sem opção de escolha, perda da liberdade... é assim que está o agricultor que não deseja aderir ao plantio de organismos geneticamente modificados, no meu caso a soja e o milho.

        Gostaria que me permitissem um desabafo.

        A agricultura, atividade milenar que fixou o homem tirando-o do nomadismo, criou a possibilidade da civilização se desenvolver, é a pedra angular na produção de alimentos para a humanidade. Hoje é uma atividade controlada.

        A produção de alimentos é entendida, ou pelo menos deveria ser entendida pelos governantes de um país, como um ponto estratégico, segurança alimentar.

        A nação que se auto sustenta na produção de alimentos tem uma vantagem óbvia em relação às que não forem capazes. Mas, pelo que tudo indica, nossos governantes (eu me refiro em especial aos parlamentares, congressistas que compõem a bancada ruralista) não estão dando importância para auto sustentabilidade e segurança alimentar da nação. Se eu pudesse gostaria de fazer algumas perguntas a esses parlamentares que me referi acima:
  • Por que depender de uma tecnologia criada por um concorrente que tem por principal objetivo o controle sobre as sementes e os agricultores e o controle sobre a produção de alimentos no mundo?
  • Por que deixar corporações estrangeiras ditarem as regras de um setor tão importante?
  • Será que com todos os cientistas e mentes brilhantes que temos aqui no Brasil não seria possível encontrar uma outra solução para os problemas enfrentados pela agricultura além dessa proposta dos organismos geneticamente modificados?
Imagem obtida aqui
        Do agricultor foram tirados todos os direitos básicos elementares de optar por um ou por outro sistema de produção, de poder guardar as suas sementes, a liberdade de escolha.

        Além do agricultor ter que arcar com o risco das intempéries, das mudanças climáticas e de toda má sorte que pode ocorrer desde o plantio até a colheita, ele é jogado no covil desses leões famintos que são essas mega corporações que estão nos empurrando para um brete sem saída. E o pior, com o aval de quem deveria nos proteger.

        Quem deveria nos proteger são os representantes do setor agrícola no congresso. Criando leis, mecanismos que impeçam essas corporações de fazer o que bem entendem, de fazer com que o agricultor fique cada vez mais dependente, mais endividado, mais impotente, mais desesperado, mais sem saída.

        Afinal, bancada ruralista, a quem vocês estão representando mesmo?

        Grato pela atenção,

        Silvio Guerini"

O texto anterior é uma carta de um agricultor do Paraná,  foi publicada no Boletim 565 da AS.PTA de 26 de Novembro de 2011, e foi hoje divulgada por mail através da lista OGM. Vejam o contexto da carta aqui.

sábado, 26 de novembro de 2011

"Capitalismo: Uma História de Amor " - o Filme


Capitalismo, Uma História de Amor - (2009) LEGENDAS PT from MDDVTM TV11 on Vimeo.

Foi já há dois anos que aqui falei no filme "Capitalismo: Uma História de Amor", de Michael Moore. Do seu conteúdo, transcrevo uma parte do diálogo de Michael Moore (MM) com o padre Peter Dougherty (PD):
MM -  O que pensa sobre o capitalismo?
PD - O capitalismo é imoral, obsceno,ultrajante.
MM - Como suportamos este sistema durante tanto tempo?
PD - O sistema tem incorporado o que chamamos propaganda, a habilidade de convencer as pessoas que são vitimizadas por este sistema a apoiá-lo e vê-lo como bom.

Hoje,  precisamente dois anos depois da sua estreia em Portugal, aqui fica o documentário.  A história continua com Michael Moore e muitos mais milhares em Occuppy Wall Street , em Occuppy Together.  Somos os 99%.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Banco Alimentar contra a Fome - Campanha Novembro 2011


Este fim de semana (dias 26 e 27) ocorre a campanha de Novembro do Banco Alimentar contra a Fome. Se pretende ajudar quem está a sentir a crise de uma forma muito mais dramática do que você, e se vai a um dos supermercados onde estão os voluntários a fazer a recolha, lembre-se também de ajudar a nossa economia, e  compre produtos portugueses.

Também pode ajudar sem por os pés num supermercado, pois  "A partir de agora, os donativos poderão ser efectuados através de uma plataforma electrónica, sem necessidade da deslocação tradicional aos estabelecimentos comerciais

terça-feira, 22 de novembro de 2011

Workshop de Revestimentos de Cal Aérea


Sítio está a organizar um workshop de Revestimentos de Cal Aérea com o Eng. Fernando Cartaxo e a Fradical, dias 3 e 4 de Dezembro de 2011, na Quinta de Darei, em Mangualde. 

"A história da Cal Aérea remonta ao amanhecer da história do próprio homem. Foi ainda na pré-história que o homem começou a produzir a cal, havendo vestígios da sua utilização com mais de 10 000 anos.
É utilizada há milénios, na construção, enquanto argamassa de assentamento de alvenaria e enquanto revestimento.

Hoje, utilizando receitas tradicionais e desenvolvendo novas investigações é possível obter resultados que superam largamente o desempenho do cimento e de outros materiais proporcionando soluções de grande qualidade estética, ambiental e construtiva. Estas características tornam a Cal Aérea num material com grande interesse estratégico na procura de soluções que promovam a capacidade de indivíduos e comunidades de gerirem o seu próprio espaço construído em harmonia com o ecossistema que habitamos.

O domínio deste material abre assim uma grande gama de possibilidades podendo ser aplicado na criação de emprego e relações económicas de nível local trabalhando de forma sustentável, resiliente e criativa.

Este workshop tem como objectivo a transmissão dos conhecimentos acerca da cal aérea e todas as suas possibilidades. Especial importância será dada às suas espantosas possibilidades enquanto solução de revestimento. Esta exploração inclui soluções de um revestimento totalmente hidrófugo. Haverá um constante equilíbrio entre as componentes teórica e prática. Em conjunto, estes dois tipos de aprendizagem permitirão que os alunos acabem o workshop com a capacidade de entender e aplicar este material.

O workshop terá três grandes momentos:
1- Transmissão teórica de conhecimentos relativos à Cal e à Pozolana.
2- Experimentação de várias soluções de revestimento (amostras)
3- Aplicação dos conhecimentos no trabalho de revestimento de um edifício de adobe construído num workshop anterior. Para saber mais sobre este edifício clique aqui.

Este workshop será orientado para todos aqueles (com ou sem formação na área da construção) que tenham curiosidade em compreender melhor este material e será ministrado em português com tradução simultânea para inglês.
  
Para inscrições e mais informações: www.sitiocoop.com

Sítio é uma cooperativa dedicada ao desenvolvimento de economias locais.
Tem como grande objectivo contribuir para a criação, organização e transmissão de soluções que contribuam para que os indivíduos e comunidades possam gerir, de forma resiliente, livre e abundante a realidade que habitam."

Fonte: Sítio

domingo, 20 de novembro de 2011

11 Mitos sobre a Fome

Um dos mitos mais comuns sobre a fome é que não há alimentos suficientes no mundo. Na realidade, há.  A fome é muitas vezes uma questão de acesso. Não há comida o suficiente para alimentar o mundo, A maioria das pessoas com fome no mundo vivem na África, Deve-se sobretudo a secas e outros desastres naturais - Estas ideias falsas reflectem um conjunto de conceitos errados sobre a fome. A seguir 11 desses mitos mais comuns e a verdade que escondem.  (Fonte: WFP)

11 Mitos sobre a Fome  (tradução obtida em Documentários Ativistas)

Mito 1: Não há comida suficiente para alimentar a população mundial. 
Realidade: Existe comida suficiente no mundo de hoje para que todos possam ter a nutrição adequada para uma vida saudável e produtiva. Entretanto, é preciso que a produção e a distribuição de alimentos seja mais eficiente, sustentável e justa. Isso significa apoiar pequenos agricultores – que são maioria nos países em desenvolvimento – e assegurar que eles tenham acesso adequado aos mercados para que possam vender seus produtos.

Mito 2: Resolver o problema da fome significa garantir que as pessoas tenham o suficiente para comer. 
Realidade: Fome também envolve que tipo de alimento você come. Uma boa nutrição significa ter a combinação certa de nutrientes e calorias necessárias para um desenvolvimento saudável. Isso é muito importante, principalmente para bebês, mulheres grávidas e crianças.

Mito 3: Secas e outros desastres naturais são os culpados pela fome.  
Realidade: Comunidades que constroem sistemas de irrigação e de armazenamento e estradas para conecta-las ao centros comerciais melhoram suas colheitas. E então, essas pessoas conseguem sobreviver mesmo em tempos de seca. A natureza é apenas um dos fatores que influenciam a fome. A proporção das crises alimentares que tem relação com causas humanas mais que dobraram desde 1992. Conflitos muitas vezes estão no coração das piores crises alimentares do mundo atual.

Mito 4: A fome existe quando não há comida em supermercados. 
Realidade: As pessoas podem passar fome mesmo quando há muita comida ao redor. Muitas vezes, o problema é uma questão de acesso: falta de condições financeiras para comprar comida ou impossibilidade de ir até os mercados locais. Uma maneira de ajudar é por meio de transferências de dinheiro ou cupons eletrônicos, que dão às pessoas a habilidade para comprar comida.

Mito 5: Todas as pessoas que passam fome vivem na África. 
Realidade: No mundo, 1 bilhão de pessoas estão famintas e mais da metade vive na Ásia e no Pacífico. A fome também é um problema relevante nos Estados Unidos, onde 50 milhões de americanos enfrentam a insegurança alimentar.

Mito 6: Muitas pessoas estão famintas no meu país para eu me preocupar com a fome em outras nações.  
Realidade: Uma a cada sete pessoas no mundo não tem o que comer, o que significa que uma a cada sete não pode criar, estudar ou atingir os seus potenciais. Isso afeta a todos. A fome diminui os progressos em áreas importantes que conectam nações, como a segurança.

Mito 7: Não é fácil prever a fome e não é possível se preparar para ela. 
Realidade: Existem ferramentas para monitorar e prever tendências na produção alimentar, assim como para os preços dos alimentos. Por exemplo, o Sistema Antecipado de Alerta da Fome faz uma análise dos fatores meteorológicos e econômicos e avisa onde há a possibilidade das pessoas passarem fome.

Mito 8: A fome é basicamente um problema de saúde 
Realidade: O problema afeta também a educação e a economia. Crianças com fome sofrem para ter um foco, aprender ou até mesmo, frequentar a escola. Sem educação, é muito mais difícil para eles crescerem e contribuirem para a economia nacional. Um estudo feito na Guatemala concluiu que meninos que receberam comida fortificada antes dos três anos de idade acabaram por receber salários 46% maiores

Mito 9: As pessoas só ficam famintas durante emergências ou desastres  
Realidade: As emergências são responsáveis por apenas oito por cento da fome mundial. Quase um bilhão de pessoas estão famintas em todo o globo. Por isso, projetos de longo prazo, como programas de refeições escolares são tão importantes.

Mito 10: Há outras questões globais mais urgentes que a fome 
Realidade: Quando as populações estão famintas, as economias sofrem, as pessoas entram em conflitos e os agricultores não conseguem fazer suas plantações crescerem de forma eficaz. É preciso combater a fome para que seja possível resolver questões ambientais, econômicas e de segurança.

Mito 11: Não há nada que possamos fazer para ajudar os que passam fome 
Realidade: Há muito que pode ser feito, mesmo enquanto indivíduos. Organizações como o Programa Mundial de Alimentos precisa de apoio constante e esforços para sensibilizar as comunidades locais.

sábado, 19 de novembro de 2011

O Direito ao Delírio



"No século vinte e um,
se ainda estamos aqui,
todos nós seremos gente do século passado
e, pior ainda, seremos gente do milênio passado.

Ainda não podemos adivinhar o tempo que será,
sim que temos, ao menos, o direito de imaginar
o que queremos que seja.

As Nações Unidas proclamaram
extensas listas de direitos humanos,
mas a imensa maioria da humanidade
não tem mais que o direito
de ver, ouvir e calar.

Que tal se começarmos a exercer o jamais proclamado
direito de sonhar?
Que tal se deliramos por um tempinho?,
ao fim do milênio,
vamos fixar os olhos mais além da infâmia
para adivinhar outro mundo possível:

O ar estará limpo de todo veneno que não venha
dos medos humanos e das humanas paixões.

As pessoas não serão dirigidas pelo automóvel,
nem serão programadas pelo computador,
nem serão compradas pelo supermercado,
nem serão assistidas pelo televisor.

O televisor deixará de deixar de ser
o membro mais importante da família.

As pessoas trabalharão para viver,
em lugar de viver para trabalhar.

Se incorporará aos códigos penais
o delito de estupidez,
que cometem os que
vivem para ter ou para ganhar,
em vez de viver
por viver e só.


Como canta o pássaro,
sem saber que canta,
e como brinca a criança,
sem saber que brinca.

Em nenhum país irão presos os rapazes
que se neguem a cumprir o serviço militar,
mas os que queiram cumpri-lo.

Os economistas não chamarão nível de vida
ao nível de consumo;

As crianças de rua não serão tratados
como se fossem lixo,
porque não haverá crianças de rua.

As crianças ricas não serão tratadas
como se fossem dinheiro,
porque não haverá crianças ricas.

A educação não será o privilégio
dos que possam pagá-la,
e a polícia não será a maldição
de quem não pode comprá-la.

A justiça e a liberdade,
irmãs siamesas,
condenadas a viver separadas,
voltarão a juntar-se,
voltarão a juntar-se bem grudadinhas,
costa contra costa.

Na Argentina, as loucas da praça de maio
serão um exemplo de saúde mental,
porque elas se negarão a esquecer
Imagem daqui
os tempos da amnésia obrigatória.

A perfeição,
a perfeição continuará sendo
o aborrecido privilégio dos deuses.

Mas neste mundo,
neste mundo desajeitado e fodido,
cada noite será vivida
como se fosse a última,
e cada dia como se fosse o primeiro."

Eduardo Galeano, Patas Arriba, Buenos Aires, dezembro de 1998

(Texto obtido em: http://www.radialistas.net/portuclip.php?id=1500513, acrescentado ao post em 18/04/2012)

quinta-feira, 17 de novembro de 2011

Pela Amazónia, pelo Xingu Vivo, contra Belo Monte

Imagem de Ricardo Moraes/Reuters em R7
Aos nossos irmãos do Brasil, apelo a que se juntem à enorme mobilização contra o crime ecológico que é a mega barragem de Belo Monte, assinando a petição do Movimento Gota de Água. Internacionalmente, continua online a petição da Avaaz, que já ultrapassou as 500 mil assinaturas.

Se as razões invocadas no vídeo abaixo não lhe parecem suficientes, veja os vídeos contidos nesta mensagem, ou visite a página de Xingu Vivo Para Sempre.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

Sabor da despedida

Barragem do Baixo Sabor e a despedida à vida selvagem, à biodiversidade, ao património natural e cultural...

segunda-feira, 14 de novembro de 2011

Economia Baseada em Recursos

"Será o Modelo Económico Baseado em Recursos perfeito? Será Utopia? Não! Mas seria cataclismicamente melhor do que o que temos hoje, que é continuarmos a prejudicarmo-nos a nós mesmos, destruirmos o  nosso ambiente, e tudo indica que vai ficar muito pior." 

No vídeo que se segue, donde foi retirado o parágrafo acima,  Peter Joseph apresenta a visão resumida do Movimento Zeitgeist sobre o modelo económico. Independentemente de se concordar ou não com todas as suas premissas, vale a pena conhecer, pois, tal como foi dito acima, é uma solução muito, mas muito melhor do que aquilo que temos hoje.

domingo, 13 de novembro de 2011

Hortas Urbanas em Guimarães

A Horta Pedagógica de Guimarães, de iniciativa camarária, arrancou em 2008 num espaço com 3 hectares de elevado potencial agrícola, a Veiga de Creixomil. As hortas urbanas são cultivadas em talhões de 50 m2 (alguns de 100 m2) por cerca de  270 de utilizadores. 

No espaço, existem também zonas de lazer arborizadas com mesas de madeira e bancos, grelhadores e edifício de apoio com instalações sanitárias e sala de formação. A Câmara Municipal de Guimarães tem ainda no local talhões destinados a fornecer o Banco Alimentar, assim como canteiros de aromáticas e de flores, que embelezam o local e atraem os insectos polinizadores.

Eventos e festas ao longo do ano ajudam a criar o espírito de colectividade, não menos importante que o impacto positivo na economia doméstica, na alimentação, na saúde física e mental. Embora patrocinados pela Câmara Municipal, uma Comissão de Utentes da Horta tem um papel essencial na organização destes eventos.








Está para breve o arranque da 2ª fase, com a duplicação da área disponível de 3 para 6 hectares, pois não faltam mais pessoas a quererem cultivar os seus próprios vegetais, estando já as inscrições lotadas. No entanto, parece que as hortas urbanas de Guimarães vão continuar a crescer, mas em outros locais.

Fonte desta imagem: Henry Silva

Mais informações no respectivo site, onde se encontra o regulamento, a ficha de inscrição, entre outras informações úteis, designadamente sobre os vegetais e o seu cultivo.

Agradeço a cedência das fotos à colega Clara Lemos

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Impostos, subsídios e economia de dinossauros

Sabe para o que servem os impostos que paga? E a quem vão subsidiar? Esta é a história do que acontece aos impostos e para quem vão os subsídios (nos Estados Unidos e não só)! 

Veja no novo e excelente vídeo de Annie Leonard e "The Story of Stuff", chamado "The Story of Broke". Com os agradecimentos ao Nuno Oliveira, de Guimarães, que legendou em português. Obrigada, Nuno! 

Desonestamente (diz Annie Leonard, criminosamente, diria eu), os governantes abusam da confiança dos cidadãos e entregam uma grande fatia do dinheiro de quem trabalha aos dinossauros da economia - as grandes multinacionais que contribuem para a guerra e para uma economia suja e injusta. Mas isto tem de mudar! 

domingo, 6 de novembro de 2011

A população mundial e o crescimento exponencial

No ano em que nasci, a nossa espécie contava com pouco mais de 3 mil milhões de habitantes. Durante o meu tempo de vida (e ainda não completei meio século), a humanidade mais do que duplicou, sendo que na passada semana (dia 31/10/2011) atingimos os 7 mil milhões (7 000 000 000).

Fonte: Wikipedia
Apesar da infâmia desta civilização que permite que morra uma criança de fome a cada 6 segundos, que permite que 1/7 dos seus sobreviva (ou morra) com fome crónica, o crescimento da população mundial tem sido exponencial. E com este crescimento populacional, cresce também o consumo de recursos, exponencialmente.

Em toda a história da natureza, um crescimento exponencial de uma população (infecções, pragas) leva, inexoravelmente, ao colapso. Porque os recursos se esgotam e a espécie que cresceu exponencialmente acelera então o seu declíneo devorando-se ou guerreando-se entre si.

David Attenborough, conhecido repórter de natureza e vida selvagem da BBC juntou a sua voz a uma organização que tem como objectivo sensibilizar para a necessidade de travar o crescimento exponencial da população (Optimum Popullation Trust - hoje Population Matters) e apresentou, em 2009, um documentário chamado How Many People Can Live on Planet Earth (completo e sem legendas nesta ligação).


Quantas pessoas podem viver no planeta Terra... por mcrost   (1º parte)

(Documentário em 6 partes: playlist aqui)

E sobre este tema, gostaria ainda de deixar aqui uma referência ao Professor de Física da Universidade Colorado em Boulder, Dr. Albert Bartlett, que tem dado palestras sobre Aritmética, Energia e População. Na sua opinião, crescimento sustentável é uma contradição, e considera o crescimento populacional o maior problema que a nossa espécie enfrenta. Tão famosa ficou a sua aula gravada, que há quem lhe chame "O vídeo mais IMPORTANTE que você alguma vez verá" (e também quem lhe chame "O vídeo mais aborrecido que você alguma vez verá", devido ao tom algo monocórdico). A verdade é que, desde 2007, a palestra já foi vista mais de 3 milhões de vezes no Youtube!

Nesta palestra, Albert Bartlett explica, de uma forma muito simples e clara, o que é a função exponencial do ponto de vista matemático, e as suas implicações no mundo físico. Aconselho a que vejam pelo menos os primeiros minutos do primeiro vídeo (à esquerda), e o último (à direita), especialmente o apelo que faz aos americanos no início deste (pelo meio, ficam a parte 2, 3, 4, 5, 6 e 7). 



Os seis países mais populosos albergam  hoje metade da população mundial (Fonte dos dados: Wikipedia, 2011):
  1. China -1347 milhões de habitantes (19,3%)
  2. Índia -1203 milhões de habitantes (17,1 %)
  3. Estados Unidos -312 milhões de habitantes (4,5%)
  4. Indonésia - 238 milhões de habitantes (3,4%)
  5. Brasil - 195 milhões de habitantes (2,8%)
  6. Paquistão -177 milhões de habitantes (2,6%)
Albert Bartlett afirma que o maior problema de crescimento populacional não está na China ou na Índia, mas nos Estados Unidos, porque apesar de a sua população ser 1/5 da da China ou 1/4 da da Índia, o seu consumo per capita é 30 vezes superior ao dos países em desenvolvimento.

Quanto à minha opinião, o crescimento populacional é um problema muito grave que temos de enfrentar, mas mais grave ainda é a imoral, injusta e criminosa distribuição de riqueza que o capitalismo selvagem infligiu à humanidade e que por tabela também destrói a natureza e o planeta. 

quinta-feira, 3 de novembro de 2011

O Assassino da Economia





O narrador do vídeo é John Perkins, autor do livro Confissões de um Assassino Económico (Confessions of an Economic Hit Man), publicado em 2004. Nesse livro, "ele descreve como, enquanto profissional altamente bem pago, ajudou os Estados Unidos a defraudar em triliões de dólares países pobres do globo inteiro, emprestando-lhes mais dinheiro do que aquilo que eles podiam alguma vez pagar para depois se apossar das suas economias" (fonte: Resistir).


Perkins sabe, pois, do que fala, e a seguinte animação sintetiza em 2 minutos os abomináveis crimes que se cometem neste mundo globalizado sem que os seus autores sequer sejam acusados, julgados ou condenados.

Agradeço ao Rogério Pereira, do blogue Conversa Avinagrada, pela divulgação deste vídeo. Obrigada!

G20 - Pessoas dentro, patrocinadores fora

Mensagem da Avaaz publicada ontem, sobre a reunião do G20 que começou hoje em Cannes. Esta é daquelas petições que assinei sem qualquer expectativa de resultados imediatos, mas acho que merece ser divulgada e assinada. Pode ser que para a próxima comecem a ter vergonha...: 


"É inacreditável. O G20 - o encontro mais poderoso dos governos mundiais -- que acontece amanhã e discutirá a crise econômica global, está sendo financiado por quem? Por bancos e corporações!


Imagem de AFP obtida em Globo
Não é a toa que o local do encontro - a cidade francesa de Cannes - está completamente fechado para os cidadãos comuns, enquanto presidentes de bancos e grandes corporações têm acesso total para dizer o que os nossos governantes devem fazer. 


As corporações capturaram os nossos governos, recebendo imensos resgates corporativos apesar de destruírem nossa economia. Agora eles estão comprando seu caminho para a reunião que pode decidir o futuro financeiro da maior parte do globo. Juntos podemos persuadir o anfitrião do encontro, Nicolas Sarkozy, a cancelar o patrocínio -- vamos construir um chamado público que causará uma tempestade na mídia forçando Sarkozy a expulsar os patrocinadores corporativos e reinvidicando o G20 para todos nós. Assine a petição!"


"Para o Presidente Francês Nicolas Sarkozy e outros líderes do G20:
Como cidadãos preocupados com a crise econômica nós pedimos que você limpe o encontro do G20. Patrocinadores corporativos têm acesso permitido e visibilidade, enquanto as pessoas são excluídas. Patrocínio corporativo de encontros como este e subseqüentes devem ser rejeitados." Fonte: Avaaz

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Crise do Capitalismo

"Nesta animação da RSA, o renomado acadêmico David Harvey questiona se não é hora de olhar para além do capitalismo, para uma nova ordem social que nos permita viver dentro de um sistema que realmente poderia ser responsável, justo e humano?