quarta-feira, 28 de maio de 2014

"Permacultura é revolução disfarçada de jardinagem"

"Permacultura é revolução disfarçada de jardinagem."

Jessica Perlsteins "Vision of San Francisco" para T"he Fifth Sacred Thing Film" (via Zona Livre de OGM)
Para além do "disfarce", um vislumbre da permacultura em 3 minutos:



"Permacultura é o design sustentável baseado na observação dos padrões da natureza, podendo ser utilizado em todos os aspectos de nossas vidas." site: http://www.regenerative.com/

Vídeo original: http://vimeo.com/61394206  |

domingo, 25 de maio de 2014

O aumento das desigualdades

«A democracia tem por pressuposto básico a igualdade de direitos dos cidadãos e o combate aos privilégios. Quando a desigualdade é ferida, abre-se espaço para o conflito de classes, a criação de elites privilegiadas, a subordinação de grupos, a corrupção, fenómenos visíveis em nossas democracias de baixíssima intensidade.
...
Livro e Thomas Piketty (imagem composta daqui e daqui)
Piketty não vê caminho mais curto para diminuir as desigualdades do que a severa intervenção do Estado e da taxação progressiva da riqueza, até 80%, o que apavora os super-ricos. Sábias são as palavras de Eric Hobsbown: “O objetivo da economia não é o ganho mas sim o bem-estar de toda a população; o crescimento económico não é um fim em si mesmo, mas um meio para dar vida a sociedades boas, humanas e justas”.»

Estes é um extrato do texto de Leonardo Boff referindo-se ao livro de Thomas Piketty "O capital no século XXI" (2013) e às críticas acérrimas de que tem sido alvo (com certeza pelos que querem manter as desigualdades a crescer) . Vale mesmo a pena ler o artigo completo de Boff em: 


Quanto ao livro de Thomas Piketty, apenas dei uma vista de olhos a alguns dos documentos publicados  no site da Ecole d'Economie de Paris, e ao que parece, deve ser muito interessante. Senão, vejamos alguns gráficos e algumas conclusões de "O capital no século XXI":

"Entre 1987 a 2013, o número de bilionários por 100 milhões de adultos passou de 5 para 30, e a sua parte no património mundial privado passou de 0,4% para 1,5% " Piketty, 2013  (daqui)

"De 1987 a 2013, as maiores fortunas do mundo cresceram entre 6 e 7% por ano, enquanto o património médio mundial cresceu 2,1% e o rendimento médio mundial cresceu 1,4%." Piketty, 2013  (daqui)

 «A história da distribuição da riqueza é sempre uma história profundamente política, caótica e imprevisível; envolve as representações coletivas, as identidades nacionais e reversões dramáticas; ninguém pode prever os impactos do futuro; os equilíbrios oligárquicos são instáveis."
...
A solução ideal: imposto progressivo sobre o capital no mundo, com base na troca automática de informações bancárias.»
Fonte: Piketty, 2013  (daqui)

quinta-feira, 22 de maio de 2014

"Portugal Terra - A Natureza em Portugal"

"Um documentário sobre a Natureza de Portugal que pretende levá-lo numa viagem que vai desde o Gerês a Montesinho, passando pelos picos mais altos da Serra da Estrela e pelos fantásticos rios que percorrem o nosso território. Descubra também o Montado e as Planícies Alentejanas, desça até à Ria Formosa e atravesse o Atlântico para encontrar as Ilhas dos Açores e da Madeira.
Neste documentário ficará a conhecer um pouco melhor algumas das espécies mais icónicas da fauna do nosso país." (texto daqui, imagem daqui)

Para assinalar o Dia Internacional da Biodiversidade (22 de maio), um belíssimo documentário (2014) produzido por or Aidnature.org: "Portugal Terra - A Natureza em Portugal"  Realização e edição: João T. Vasconcelos;  Fotografia: João T. Vasconcelos, António Castelo, Rita Quitério; Escrito por: António Castelo. 

terça-feira, 20 de maio de 2014

Sobre a saúde das gerações futuras

Sobre a saúde das nossas crianças, já vimos aqui o documentário francês "Nos Enfants Nous Accuseront". Agora, fica aqui a tradução livre de um artigo, também francês, de Claude Aubert (engenheiro agrónomo) na revista Biocontact (n.º 246, maio 2014):

«Os nossos filhos viverão mais tempo que nós?

Em matéria de esperança de vida dos nossos filhos, ouve-se tudo e o seu contrário. Que dizer hoje?

Foto obtida em Incredible Edible (Todmorden)
"Uma menina em cada duas que nasce hoje tornar-se-á centenária." " A esperança de vida continuará a aumentar e chegará aos 85 anos em 2030". Estas são afirmações com que nos bombardeiam os estatísticos e os demógrafos. Outros prometem mesmo, senão a imortalidade, pelo menos uma longevidade  de 120 anos ou mais.

Certo, nós vivemos cada vez até mais velhos e a medicina continua a fazer progressos. Os otimistas dão como prova que, apesar da incidência do cancro (o número de casos novos por ano) aumentar fortemente, a mortalidade devido a esta doença tem até agora continuado a diminuir.

No entanto, este cenário idílico é cada vez mais desmentido pelos factos. Pela primeira vez desde há um século, na França, em 2012, a esperança de vida das mulheres diminuiu de 2 meses (1). Pior, a esperança de vida com boa saúde baixou de um ano entre 2008 e 2010 (1). Nos Estados Unidos a esperança de vida está a diminuir em certas regiões. Pode-se invocar causas sociais e pensar que estes valores baixos são passageiros, mas existem causas mais profundas e mais dificilmente reversíveis. Duas descobertas principais na verdade vêm alterar os dados: a origem fetal de doenças e a transmissão epigenética de certas anomalias e patologias.

A origem fetal das doenças

Segundo esta hipótese - que agora se tornou uma certeza - um certo número de doenças do adulto são programadas desde o desenvolvimento do embrião. Sabe-se há muito que quando a mãe fuma ou bebe álcool durante a gravidez, aumenta o risco de aborto espontâneo, de nascimento prematuro e de malformações congénitas. Mas conhece-se menos outros problemas, cujas consequências podem manifestar-se apenas na idade adulta. Alguns exemplos:
- as crianças cujas mães têm mais DDE no sangue (principal metabolito do DDT, o inseticida persistente que foi utilizado massivamente no início dos anos 70, e que se encontra ainda no corpo humano) são mais frequentemente diabéticos e têm um risco de prematuridade mais elevados que os outros (2);
- os rapazes cuja mãe esteve exposta aos pesticidas têm os testículos e o pénis menos desenvolvido do que aqueles cujas mães não estiveram expostas (3);
- uma dieta muito rica em gordura da mãe durante a gravidez aumenta o risco de eczema dos filhos (4).

Quando os avós são (em parte) responsáveis pela saúde dos netos ...

Desde Darwin, que se admite que - salvo circunstâncias particulares - as crianças herdam património genético dos seus pais. Isto não é questionado, mas a expressão de alguns genes pode ser modificada, especialmente sob o efeito de poluentes químicos, e essas mudanças são transmitidas durante várias gerações (transmissão dita epigenética).  Uma experiência surpreendente (5) mostrou que para os ratos expostos ao DDT durante a gestação a doses próximas daquelas a que estivemos expostos nos anos 60-70, não se constata nenhum impacto na sua saúde ou dos seus filhos. Pelo contrário, os filhos destes últimos (3ª geração) e os da geração seguinte, a 4ª geração, são frequentemente obesos e sofrem de diversas patologias. Se extrapolarmos aos humanos, as gerações em risco são aquelas que hoje estão entre os 20 e 30 anos, cujas avós foram fortemente expostas ao DDT na idade fértil, e a seguinte.
Foto obtida em Terre vivante

Portanto, podemos recear que os nossos filhos vivam menos que nós, devido principalmente à poluição e aos nossos erros alimentares. Mas isto não é inevitável, e depende de certas decisões políticas, mas mais ainda no nosso modo de vida.»

1. Insee (Institut national de la statistique et des étude économique, França).
2. Lee, 2006, Longnecker, 2001.
3. Wohlfart-Veje, 2011.
4. Sausenthatler, 2007.
5. Skinner, 2013 

Claude Aubert, pioneiro da agricultura biológica na França, é um dos fundadores da editora Terre vivante . É autor de muitos livros sobre a agricultura biológica, alimentação saudável e da relação entre o ambiente e a saúde. 

domingo, 18 de maio de 2014

Marcha Mundial Contra a Monsanto 2014 - 24 de maio

Tal como em maio de 2013, em 24 de maio de 2014, ativistas de todo o mundo, em pelo menos 349 cidades, irão participar na Marcha Contra a Monsanto. As razões desta marcha são muitas, mas na sua essência, lutar contra a Monsanto é lutar pela soberania alimentar dos povos, pela liberdade das sementes, pela biodiversidade, pelo direito à informação transparente, contra os transgénicos, contra o monopólio e contra a corrupção.

A Monsanto, não é a única empresa que nos ameaça nestes aspetos, mas é a principal e a mais poderosa, pois detém cerca de 90% do mercado mundial das sementes transgénicas. Também fabrica o Roundup (glifosato),  herbicida muito usado sobretudo nos "seus" produtos transgénicos. Aliás, os mais conhecidos produtos da Monsanto até se chamam "Roundup Ready", isto é, estão prontinhos a apanhar com o herbicida, que tudo mata menos o transgénico. Só que a natureza também vai-se adaptando, e vão-se desenvolvendo "ervas" também resistentes ao Roundup, o que obriga a gastar mais herbicidas. Tudo isto é péssimo para a saúde, para o ambiente, para os ecossistemas, mas um excelente negócio para a Monsanto!

Para além disso, os novos transgénicos Bt trazem  "inseticida incorporado" nos seus genes: os insetos quando o tentam "comer" morrem! O mesmo deve acontecer às abelhas, não são elas insetos? E elas, nossas aliadas fundamentais que polinizam os nossos alimentos, continuam a desaparecer.

Para conhecer melhor o modo de funcionamento da empresa, nada como ver o filme "O Mundo Segundo a Monsanto".

Como vê, razões para participar nesta marcha não faltam. Se puder, não deixe de comparecer no próximo sábado:

Em Lisboa:  às 15 horas, no Largo Camões (https://www.facebook.com/events/685023721555788/)
No Porto: às 15 horas, na Praça Marquês de Pombal (https://www.facebook.com/events/1468119300085814/)
Em Coimbra: às 15 horas, na Praça da República (https://www.facebook.com/events/304268513071561/)
Em Santarém: às 15h30,  no Jardim da Liberdade (junto ao Arco)(https://www.facebook.com/events/1610657012492289)


Em São Paulo: às 16 horas , no Vão do Masp (https://www.facebook.com/events/265531686958337/)
No Rio de Janeiro: às 16 horas, em Copacabana, Posto 4 (https://www.facebook.com/events/243345272518189/)


Ou encontre um evento perto de si em : http://www.march-against-monsanto.com/p/blog-page_5.html

Saiba mais sobre esta marcha em:  http://www.march-against-monsanto.com/

sábado, 17 de maio de 2014

"O Mundo segundo a Monsanto"

Imagem daqui
Sobre a empresa Monsanto, já muitas vezes se falou neste blogue (e também no blogue Zona Livre de OGM).

Continuamos a saga, agora que se aproxima a Marcha Contra a Monsanto 2014.

Assim, novamente aqui fica o elucidativo filme "O Mundo segundo a Monsanto":



E mais umas ligações para uns artigos interessantes sobre essa empresa:

"O Mundo segundo a Monsanto", em Portugal Mundial, 28/05/2013:
http://portugalmundial.com/2013/05/o-mundo-segundo-a-monsanto/

"O lado mais sujo da Monsanto", em Outras Palavras, 11/08/2013:
http://outraspalavras.net/posts/o-lado-mais-sujo-da-monsanto/

sexta-feira, 2 de maio de 2014

Lógica da batata

Porque às vezes precisamos que nos relembrem o que já sabemos, nada como uma criança para explicar porque é preferível utilizar produtos biológicos.



Foto de Wikipedia
No vídeo, a menina fala de batata-doce, mas com a batata comum passa-se o mesmo. Muitos de nós sabemos que as batatas compradas de  produção não biológica não germinam, ao contrário daquelas que cultivamos e tiramos da terra. Isto porque para a sua conservação são utilizados produtos químicos "anti-abrolhantes". Também são usados inseticidas para a traça da batata. Mais os pesticidas utilizados durante o cultivo.

Mas a batata pode ser conservada sem químicos, desde que com certos cuidados. Provavelmente, o risco de ter algum problema na conservação da batata será um pouco superior.  Mas certamente que o risco de doenças graves é muito maior se se comer batatas com esses químicos, como o clorprofame referido no vídeo.

Conservação da batata, de 5 a 10 meses: colocá-la em local fresco, arejado e com pouca luz. Cobrir com rama de eucalipto para evitar a traça da batata. Também há quem a coloque em cama de palha ou coberta com serapilheira (condições óptimas de armazenamento: 7-10ºC; 90-95% de humidade relativa). Fontes:  Manual Actuar e Horta de Codeçais (consultar para mais detalhes)

Plantação de batatas biológicas,
Elza Fiuza; daqui 
«A batata, após a colheita e caso não seja para consumo imediato, necessita de um período de “cura” para que a sua pele se torne mais grossa e resistente a ferimentos, essa “cura” deve ser feita durante um período de três a quatro dias, com temperaturas acima dos 20º e se possível com alguma humidade no ar para que não seque. Devem ser guardadas em local arejado e fresco, não totalmente escuro, pois tal vai favorecer o inicio da germinação, a luz excessiva deixa-as esverdeadas.» Fonte: nPlantas

Já agora, um testemunho de uma pessoa que conheço e que tem uma loja de produtos para a agricultura convencional (mas que felizmente já começa a vender produtos para a agricultura biológica); acho que foi há um ou dois anos, no meio das nossas "discussões" sobre a utilização de produtos químicos na agricultura, ele deixou escapar: "este ano, nem pensar em comprar batata portuguesa, a armazenada tem sido muito atacada por bichos (não me lembro se era a tal traça da batata, talvez fosse), que estão a ficar resistentes, os agricultores levam produtos bem mais perigosos que os recomendados, e deitam-nos na batata armazenada, uns atrás dos outros". Se até um defensor da agricultura "convencional" diz isto...

quinta-feira, 1 de maio de 2014

Curso em Design de Permacultura - Porto, Espaço Compasso

Vai realizar-se no Espaço Compasso (Porto) um Curso em Design de Permacultura (PDC certificado) a começar no dia 10 de maio e até 13 de julho, em 6 fins de semana.


«Convidam-se tod@s os interessados em participar nesta viagem de aprendizagem sobre construção de comunidades sustentáveis e em harmonia com a natureza a inscrever-se e a divulgar pelos seus amigos! Toda a informação sobre o curso pode ser consultada aqui:

https://www.dropbox.com/sh/oxtwqbpg5l555hy/VqvSGTPxFW/programa.pdf

O curso aborda o manejo da terra e da natureza e da água, eco-construção, energias renováveis, educação e economias alternativas, saúde e bem-estar, ... sempre duma perspectiva "faça você mesmo" e em cooperação!     A alternativa que tu crias!»