quinta-feira, 27 de fevereiro de 2014

Lanka Horstink ganha prémio pelas Sementes Livres

Lanka Horstink foi a 1ª classificada no Prémio Terre de Femmes 2014, pela sua ação na CAMPANHA PELAS SEMENTES LIVRES.  Que este reconhecimento seja um passo em frente na luta pela biodiversidade alimentar e pela liberdade das tão ameaçadas sementes!

Parabéns Lanka!  

"Lanka Horstink é coordenadora da Campanha pelas Sementes Livres, uma iniciativa europeia que visa conquistar, defender e promover o direito à livre produção, troca e venda de sementes em prol da diversidade de espécies agrícolas, dos interesses dos pequenos agricultores e da segurança e soberania alimentares. A Campanha pelas Sementes Livres pretende inverter o rumo da agricultura na Europa. Pretende também continuar a contribuir para a construção da resistência contra leis que restringem a autonomia dos povos na determinação de políticas agrícolas." (daqui)



Saiba mais sobre as finalistas do concurso (para além de Lanka, "Isabel Soares pela luta contra o desperdício alimentar promovendo o consumo de Fruta Feia e Maria José Bastidas pela defesae os recursos alentejanos através da preservação e da valorização dos cogumelos silvestres") no Jornal i

quarta-feira, 26 de fevereiro de 2014

Proposta para reverter a desertificação

«Desertificação é um eufemismo para designar terra que se transforma em deserto", começa Allan Savory na sua poderosamente pausada conversa. E assustadoramente, ocorre em dois terços das pradarias, acelerando as mudanças climáticas e provocando o caos social nas sociedades pastorícias tradicionais. Savory devotou a sua vida a travá-lo. Ele acredita - e o seu trabalho mostra-o - que um factor surpreendente pode proteger as pradarias e reclamar terras degradadas desérticas.»

Fonte: http://www.ted.com/talks/allan_savory_how_to_green_the_world_s_deserts_and_reverse_climate_change.html



Já tinha visto este vídeo (Allan Savory: Como tornar os desertos verdes e reverter as mudanças climáticas) há bastantes meses, mas hesitei em publicá-lo por dois motivos: porque não acredito em soluções únicas ou universais, e porque me custou ouvir uma parte da história que Allan Savory conta, relativa a elefantes. Mas, a palestra merece ser ouvida, pois a sua teoria do pastoreio rotativo resulta de muitos anos de investigação, e pode ser uma das soluções para a desertificação em vários locais do globo.  A permacultura, por seu lado, apresenta um conjunto de soluções e sucessões para reverter a desertificação, que podem ou não incluir o pastoreio rotativo. Em ambos os casos, trata-se de imitar a natureza, e não lutar contra ela.

Sobre o combate à desertificação através da permacultura:

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2014

Elixires da Morte (Primavera Silenciosa)

Primavera Silenciosa (1962), mais do que um livro imprescindível sobre a contaminação ambiental por pesticidas, é um marco e uma referência na história da consciência ambiental que aparece como reação a décadas de irresponsabilidade ambiental e ética. E Rachel Carson (bióloga, 1907-1964), a sua autora, uma mulher informada e corajosa que sabia o que enfrentaria quando decidiu publicar o livro, fruto das suas intensas pesquisas e de uma vida dedicada à natureza.

Imagem obtida em Biowit
"Pela primeira vez na história do mundo, cada um dos seres humanos está agora sujeito a entrar em contacto com substâncias químicas perigosas, desde o momento em que é concebido, até ao instante em que a sua morte ocorre. Em menos de dois decénios do seu uso, os pesticidas sintéticos foram tão intensamente distribuídos pelo mundo - seja pelo mundo animado, seja pelo mundo inanimado - que eles aparecem virtualmente por toda a parte. 

Tais pesticidas foram encontrados e retirados da maior parte dos grandes sistemas fluviais, e até mesmo de cursos de água que fluem, sem ser vistos por nós, através da Terra, por vias subterrâneas. Os resíduos das referidas substâncias químicas permanecem no solo ao qual talvez tenham sido aplicadas uma dúzia de anos antes. Elas entraram e alojaram-se no corpo dos peixes, dos pássaros, dos répteis, dos animais domésticos e dos animais selvagens; e o fizeram tão universalmente, que os cientistas que efetuam experiências animais verificam que se torna quase impossível localizar exemplares que sejam de todo livres de semelhante contaminação. 

Essas substâncias foram encontradas até em peixes de remotos lagos existentes em topos de montanhas - até em minhocas que perfuram o solo - nos ovos dos pássaros e no próprio homem. E isto porque as mencionadas substâncias estão agora armazenadas no corpo da vasta maioria dos seres humanos, independentemente da sua idade. Elas aparecem no leite das mães, e, com toda a probabilidade, também nos tecidos dos bebés ainda não nascidos."

Rachel Carson, em "Primavera Silenciosa", 1962. Adaptado da 2ª edição Brasileira (parte inicial do capítulo 3: "Elixires da Morte"), cuja versão integral está disponível para descarregar em http://biowit.files.wordpress.com/2010/11/primavera_silenciosa_-_rachel_carson_-_pt.pdf

Imagem obtida em Campo Aberto
Cinco decénios depois, em 2012, a Campo Aberto - Associação de Defesa da Natureza, editou a versão portuguesa do belo livro "Maravilhar-se, Reaproximar a Criança da Natureza", de Rachel Carson, 1956, em homenagem à Autora pelos 50 anos de "Primavera Silenciosa". Na parte final do anexo "Rachel Carson: Síntese de uma Vida", J. C. Costa Marques/ Campo Aberto escreve: 

"Embora os adversários de Primavera Silenciosa tivessem continuado a atacar o livro e a promover o uso indiscriminado de pesticidas, embora, ao longo de meio século que nos separa já da primeira edição, nunca como antes se tenham fabricado e utilizado quantidades tão colossais de pesticidas e de herbicidas, a questão ficou definitivamente equacionada em termos diferentes dos existentes até então.

A política oficial atual da União Europeia, por exemplo, embora longe de uma aplicação consequente e generalizada, o que suscita as críticas das organizações de defesa do ambiente, reconhece apesar disso que a proteção integrada deverá primar sobre o uso de pesticidas. Em todo o mundo, a consciência pública , embora ainda muito manipulada, sabe que os pesticidas são mais um problema que uma solução. E por toda a parte, chame-se-lhe agricultura orgânica, biológica, ecológica, natural, ou sustentável, numerosos agricultores e movimentos organizados, embora ainda minoritários, procuram devolver à terra  e à Terra a saúde e equilíbrio que o uso indiscriminado de químicos lhes vêm retirando sobretudo ao longo dos últimos cem anos."


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Genocídio na China - Mortos por órgãos (Falun Gong)

Foto obtida em The Epoch Times
No programa" Toda a Verdade" da SIC Notícias, na semana passada, foi exibida a reportagem "Falun Gong no Reino Vermelho". Uma excelente reportagem que expõe o holocausto que está a ocorrer na China, a perseguição aos seguidores do Falun Gong, uma prática de cultivo de mente e corpo, baseada nos princípios da verdade, benevolência e tolerância. São feitos prisioneiros, maltratados e escravizados, e posteriormente  executados à medida que os seus órgãos sejam vendidos para transplante (em hospitais na China) a pacientes ricos de todo o mundo.  Veja, se puder. Se não conseguir arranjar, veja pelo menos o vídeo resumo mais abaixo.

"O Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, é uma prática milenar chinesa para o benefício do corpo, da mente e do espírito. Li Hongzhi tornou-a pública na China em 1992. Graças aos benefícios à saúde experimentados pelos praticantes, seus métodos se estenderam rapidamente por toda a China e receberam todo tipo de prêmios e honrarias de diferentes órgãos estatais.

No entanto, o Regime Comunista passou a ver esta expansão como ameaça ao seu poder depois de descobrir em 1999 que o número de praticantes do Falun Gong ultrapassava 70 milhões de pessoas em toda a China, 10 milhões a mais que o total de membros do PCCh na ocasião.

Foto obtida em Global Post
Em julho de 1999, o ex-secretário do PCCh, Jiang Zemin, deu ordens para “erradicar” o Falun Gong com a frase: “Acabem com sua reputação, arruínem financeiramente e destruam-nos fisicamente.” Zemin também se vangloriou de que seria capaz de eliminar a prática em apenas três meses.

Doze anos depois, pessoas de mais de 100 países ao redor do mundo praticam livremente o Falun Gong. Milhões de pessoas já assinaram petições pedindo o fim desta barbárie do regime chinês contra seu povo."

Fonte e artigo completo: Epoch Times - Perseguição ao Falun Gong na China completa 12 anos

Entretanto, a petição da DAFOH (Doctors Against Forced Organs Harvesting) dirigida às Nações Unidas,  Calling for an Immediate End of Forced Organ Harvesting From Falun Gong Practitioners in China, juntou quase 1,5 milhões de assinaturas entre julho e novembro de 2013. Mas não será demais juntar-se à petição da AVAAZ dirigida aos media: Deter o genocídio de praticantes de Falun Gong na China.  Saiba mais aqui e ajude a divulgar este horroroso crime contra a humanidade.  


Mortos Por Órgãos from Felipe on Vimeo.

sábado, 1 de fevereiro de 2014

Transgénicos: a destruição da biodiversidade e da soberania

Imagem obtida aqui
No Ano Internacional da Agricultura Familiar (e sempre), é preciso ajudar as pessoas a perceberem a destruição que os transgénicos causam à agricultura familiar, à biodiversidade e à soberania alimentar. A "Segunda Revolução Verde", como lhe chama Vandana Shiva (no vídeo), liderada pela ambiciosa e perigosa multinacional Monsanto, é a antítese da agricultura familiar.

A ONU já comprovou que a agricultura familiar é a única que pode fazer frente à pobreza. Por outro lado, a agricultura dos transgénicos e dos agroquímicos irá agravar o fosso entre ricos e pobres, acabar com a soberania alimentar dos povos, tornando a Monsanto (e o séquito de empresas e bancos a ela associados) os donos do mundo. 

E enquanto alguns países percebem e expulsam a Monsanto, Portugal, Espanha, Argentina, Brasil e outros continuam a deixar que os seus campos, biodiversidade e população, sirvam servilmente a Monsanto e outras que tais (desculpem o pleonasmo, mas é a propositado).

Não duvidem:

Quem controla a produção alimentar, controla o mundo

Vejam o vídeo abaixo, parte final do documentário "O mundo segundo a monsanto" e bem esclarecedor, e espalhem a mensagem