Ainda não percebi porque custa tanto levar sacos quando se vai às compras, e muito menos percebo porque, por exemplo, ao comprar fruta se mete cada espécie ou variedade num saco, depois noutro, ou porque se vai comprar pão e para além do saco de papel, ainda têm, uns de dar, outros de pedir, mais um saco de plástico.
A vontade de levar sacos de plástico para casa é de tal modo que, em média, cada português "consome" 466 sacos por ano. Ou seja, uma família de 3 pessoas gasta, em média 4 sacos por dia! Demais, não? Custará pensar um pouco nisto?
Imagem da campanha "Saco é um Saco" |
No passado dia 3 de julho assinalou-se o Dia Internacional SEM Sacos de Plástico, "que tem como objectivo alertar a sociedade para a necessidade de reduzir o consumo e utilização excessiva de sacos de plástico descartáveis que, na maioria das vezes, terminam no lixo após uma única utilização, ou acabam por ser libertados no ambiente, constituindo um problema ambiental grave em termos de poluição." Muitos destes sacos acabam no mar e os animais marinhos são seriamente afetados por este tipo de poluição (80% da poluição marinha é causada pela libertação de resíduos plásticos).
Precisamente neste 3 de julho, foi publicado o Decreto Legislativo Regional n.º 10/2014/A para os AÇORES, que "Cria medidas para a redução do consumo de sacos de plástico e aprova o regime jurídico da taxa ambiental pela utilização de sacos de plástico distribuídos ao consumidor final". Um primeiro passo, pois falta ainda regulamentar, mas pelo menos os Açores já começaram a fazer alguma coisa.
Imagem de DN |
A Quercus sinalizou a data com um estendal de 466 sacos à porta da Assembleia da República, o número médio de sacos plásticos que cada português consome por ano, a afirmando que "Vamos apresentar a todos os grupos parlamentares da AR um parecer sobre o uso excessivo dos sacos de plástico e uma proposta para legislar a redução da distribuição gratuita dos sacos descartáveis no grande e pequeno retalho" (fonte: DN).
"A 14 de Janeiro, o Parlamento Europeu apelou para que a União Europeia (UE) definisse medidas para reduzir os resíduos de plástico no ambiente e, especificamente, do «lixo marinho», no sentido de alcançar uma redução do uso de sacos de plástico de 50% até 2017 e de 80% até 2019.
Um estudo levado a cabo pelo Departamento de Ciências e Engenharia do Ambiente, da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa (DCEA FCT-UNL), em 11 praias do litoral continental português, entre 2010 e 2014, mostra uma predominância de materiais de plástico nas praias portuguesas: dos 111.000 itens recolhidos, 97% eram plástico, dos quais 57% correspondiam a pellets de resina virgem ou envelhecidos, seguindo-se 27% de fragmentos de plásticos (onde estão incluídos os fragmentos de sacos de plástico) e 11% de esferovite. Relativamente às dimensões, apenas 8% eram maiores que 2,5 cm. Os plásticos de maiores dimensões correspondiam a cotonetes (38%) e cordas de pesca (35%)." Fonte: Diário Digital