sábado, 25 de abril de 2015

Sementes de liberdade


A liberdade simbolizada pelo cravo da revolução de 25 de abril de 1974, ultrapassa as fronteiras de Portugal.  
Como neste belo vídeo, de Carlos Lascano, comemorativo dos 50 anos da Amnistia Internacional, que já cá esteve em 2011, e que nestes 41 anos do 25 de abril relembramos.

Esmagada e destruída vezes sem conta, a liberdade volta sempre a renascer de sementes que germinam da coragem, numa eterna luta contra a tirania. 

quarta-feira, 22 de abril de 2015

O estado do planeta no Dia da Terra 2015

No Dia da Terra, alguns números e factos que demonstram que não só não estamos no bom caminho, mas num caminho perigoso e já (quase?) sem retorno:

Imagem: NASA
Do artigo  State of the planet: 7 eye-opening facts for Earth Day de Matt Petronzio em Mashable (texto e vídeo):
  1. As concentrações de CO2 na atmosfera estão em nível recorde: superior a 400 ppm.
  2. Despejamos 8,8 milhões de toneladas de resíduos de plástico no mar anualmente.
  3. Estima-se que 7,3 milhões de hectares de floresta são perdidos a cada ano.
  4. A Terra enfrenta uma insuficiência de 40% no abastecimento de água até 2030.
  5. Eventos extremos relacionados com as alterações climáticas e o crescimento populacional podem aumentar a fome em 20% até 2050.
  6. A extensão de gelo do mar Ártico em Setembro está a diminuir a uma taxa de 13,3% por década.
  7. Terra está teve o primeiro trimestre mais quente já registado.



Do Relatório do Planeta Vivo 2014, de WWF:
  • A biodiversidade está a diminuir drasticamente enquanto que a nossa procura e pressão sobre os recursos naturais está a AUMENTAR e são, actualmente, insustentáveis.
  • As populações de várias ESPÉCIES animais diminuíram 52 por cento, em todo o mundo, desde 1970.
  • Actualmente PRECISAMOS de 1,5 planetas Terra para responder à pressão que colocamos sobre a NATUREZA. Isto significa que estamos a arruinar o nosso capital natural, tornando mais difícil sustentar as necessidades das gerações futuras.
  • O EFEITO DUPLO do crescimento da população humana e da elevada PEGADA ECOLÓGICA per capita irá multiplicar a PRESSÃO que estamos a colocar sobre os recursos naturais do Planeta.
  • Países com mais alto nível de desenvolvimento apresentam pegadas ecológicas mais elevadas. O grande desafio é conseguir manter o DESENVOLVIMENTO com pegadas ecológicas globalmente sustentáveis.
  • Podemos já ter cruzado os "limites planetárias" que podem levar a mudanças ambientais abruptas e irreversíveis.
  • O bem-estar humano depende dos recursos naturais, como a água, a terra cultivável, o pescado, a madeira; e outros serviços dos ecossistemas, como a polinização, o ciclo dos nutrientes ou o controlo da erosão.
  • ENQUANTO as populações mais desfavorecidas continuam a ser as mais vulneráveis , a interligação dos temas da segurança alimentar, água e energia afecta-nos a todos.

Para refletirmos e mudarmos atitudes e comportamentos. Não basta separar o lixo para reciclar e plantar uma árvore, é preciso fazer muito mais.

 Não é humanamente possível mudar tanto de um dia para o outro.  Mas é urgente começar a mudar o nosso estilo de vida.... e continuar sempre a mudar... mesmo que isso já não baste!

Porque o que está em causa não é o nosso planeta Terra, pois ele continuará por muito tempo, com mais ou menos extinções.

O que está em causa é a civilização humana e a sobrevivência da nossa espécie (entre tantas outras).

segunda-feira, 20 de abril de 2015

A natureza a falar - Flor

«Eu sou uma flor
Sim, sou bonita, já mo tinham dito
E não me canso de ouvir.
Sou venerada pela minha aparência
Pelo meu perfume
Pela minha aparência.

Mas há uma coisa
A vida começa comigo
Vejam, eu alimento as pessoas
Todos os frutos vêm de mim.
Cada batata, eu
Cada grão de milho, eu
Cada grão de arroz, eu
Eu, eu, eu... Eu sei
Mas é verdade.
E por vezes eu alimento as suas almas
Sou as suas palavras quando não têm nenhuma
Digo "amo-te" sem um único som
Digo "desculpa-me" sem ter voz.
Eu inspiro os maiores entre eles
Pintores, poetas, designers,
Tenho sido uma musa para todos eles
Mas na minha experiência
As pessoas subestimam o poder de uma bela pequena flor.
Porque a vida deles começa comigo
E pode acabar sem mim.»



Um vídeo de Conservation International com locução de Lupita Nyong'o.

sexta-feira, 17 de abril de 2015

O valor da semente

«Três quartos das sementes usadas no planeta são regionais e estão em risco de desaparecer, devido a monopólios industriais, às alterações climáticas e à degradação de habitats. Vários agricultores e instituições lutam pela preservação da semente, o grão que todos os dias lhes garante comida no prato.» Farol de Ideias

Preservar as sementes tradicionais é uma necessidade absoluta, não só para evitar a extinção das variedades e mesmo espécies antigas, mas também para manter a soberania económica e autonomia alimentar dos povos. 

Há entidades, como o Banco Português de Germoplasma Vegetal,  a Associação Colher para Semear - Rede Portuguesa de Sementes Tradicionais, ou a Campanha pelas Sementes Livres, que se dedicam a preservar o património genético vegetal de Portugal.

Mas é preciso que os agricultores e todos os que se dedicam a cultivar, nem que seja na varanda, ajudem nesta tarefa que a todos diz respeito, ou seja, a semear, recolher, trocar e preservar sementes regionais, pois todos somos precisos quando do outro lado da luta está um poderoso oligopólio.

Veja o programa Biosfera sobre o valor da semente, e entenda como ele é incalculável.


Biosfera 467 - O valor da semente from Farol de Ideias on Vimeo.

terça-feira, 14 de abril de 2015

Eduardo Galeano, em memória de um mundo melhor

Imagem obtida aqui
Em homenagem a Eduardo Galeano, escritor e pensador humanista uruguaio que nos deixou ontem, uma conversa sua com jovens durante uma acampada em Barcelona, em maio 2011. Com o despretensiosismo que o caracterizava.

O mundo, este que é, ficou mais pobre. Talvez o outro mundo que de que ele falava, e que existe dentro deste, o tenha acolhido para sempre.

Ouçamos as suas palavras, acreditemos que a utopia é tão real como a vida.

Não deixem de rever o seu poema "O Direito ao Delírio", recitado pelo próprio. Porque um outro mundo é possível.


domingo, 5 de abril de 2015

Em breve nos vossos pratos... voluntariamente ou à força!

"OGM, assalto à Europa" é um recente documentário de Paul Moreira que passou na SIC Notícias (em Toda a Verdade) no passado dia 24 de março, e que foi lançado em França (Canal+) em setembro de 2014.  O título original é:

"Bientôt dans vos assiettes! (de gré ou de force...)"
 (em breve nos vossos pratos! voluntariamente ou à força...)

Começa na Dinamarca, onde os porcos alimentados com soja transgénica estavam a ficar doentes com malformações congénitas e diarreia. Que desapareceram quando o pecuarista abandonou a soja transgénica.
Depois, os jornalistas seguem para a Argentina, onde essa soja transgénica, de origem norte-americana, é produzida massivamente, com massivas aplicações do herbicida glifosato (Roundup). Aí, testemunharam o aumento assustador do número de crianças deficientes nas povoações rodeadas por campos de soja transgénica, como concluiu um estudo elaborado por médicos argentinos, já que o governo nada fez ou faz.
E acaba em Bruxelas, onde as negociações do Acordo Transatlântico (TAFTA ou TTIP) pretendem acabar com a resistência aos transgénicos de países europeus, como por exemplo, a França.

«Daqui a cerca de 15 anos, as empresas de transgénicos terão vencido batalhas, umas atrás das outras, apesar da relutãncia dos cidadãos. Uma conquista do planeta que se fez em silêncio, sem imagens e sem grandes escândalos. Pelo menos até agora.»  (do filme)

Um bom documentário para esclarecer quem não está por dentro desta questão TÃO IMPORTANTE PARA TODOS.  E você? Já assinou a iniciativa de cidadãos europeus contra o  TTIP?



E veja aqui a explicação de quem percebe do assunto porque os transgénicos devem ser proibidos

sexta-feira, 3 de abril de 2015

Famalicão 1940 (Manoel de Oliveira)

Manoel de Oliveira, realizador português com 106 anos, que ainda há meses trabalhava, morreu ontem. Já não fará mais filmes, mas os seus filmes não o deixarão esquecer.

Como pequeno tributo, um vídeo com um documentário realizado por Manoel de Oliveira em 1940 sobre Vila Nova de Famalicão, com locução de Vasco Santana.

Vila Nova de Famalicão, terra onde este blogue tem a sua raiz, está hoje, 75 anos depois desse filme, totalmente diferente, mas parece-me a mim, que sou de cá, que mantém a mesma essência.