domingo, 24 de janeiro de 2016

Vida em Sintropia

A não perder:
«"Vida em Sintropia" é a nova curta-metragem da Agenda Gotsch.  Uma edição feita especialmente para ser apresentada em eventos na COP21 em Paris, com uma compilação de experiências expressivas em Agricultura Sintrópica. Imagens e entrevistas inéditas.»

domingo, 17 de janeiro de 2016

Sobre o Trigo Moderno

Aconselho vivamente a leitura do texto "Esclarecimento acerca do trigo moderno e o glúten", de 20/9/2015, no site da Sílvia Floresta, do qual deixo aqui um pequeno extrato:

«O trigo hoje em dia é o cereal mais problemático para a saúde (haja intolerância manifesta ao glúten ou não) porque foi intensamente manipulado/ hibridizado (ainda não se falava em alimentos manipulados geneticamente) nos anos 60-70 durante a chamada “Revolução Verde”, tendo sido criado um híbrido anão (90% do trigo hoje cultivado e consumido mundialmente) com elevada produtividade e resistência climática.

Imagem daqui
O trigo é, na alimentação, um dos maiores responsáveis por alergias e intolerâncias alimentares. Embora o motivo exacto não fosse muito claro, muitos especialistas apontavam como grande responsável o excesso de glúten existente nas actuais variedades de trigo. Um tipo de proteína encontrada em muitos cereais, incluindo o trigo, forma bolhas de ar, criando uma textura suave e maleável, de particular interesse para a indústria de panificação/pastelaria. Porque a suavidade foi e é considerada desejável, actualmente o trigo é o resultado de sucessivos híbridos de forma a ter mais glúten do que nunca.

Imagem daqui
Este novo híbrido contém uma elevada percentagem de glúten (fonte da proteína gliadina irritante para a mucosa intestinal) como jamais o trigo dos nossos antepassados conteve, e é hoje molecularmente tão complexo que o corpo já não reconhece e consegue digerir/assimilar eficazmente, levando de forma gradual a uma inflamação e permeabilidade intestinal (“leaking gut”) precursoras de toda uma série de problemas de saúde de carácter intoxicante, debilitante, inflamatório, alérgico/auto-imune. Parece que causa reacções alérgicas em geral, particularmente em mulheres de sangue tipo O.

Apesar de que o trigo possa conter muitos nutrientes, isto não quer dizer que seja necessariamente bom para nós ou fácil de digerir. De facto o trigo ocupa o segundo lugar, a seguir aos lacticíneos, no número de doenças físicas e mentais cujo consumo desencadeou em consumidores desinformados.
...
Imagem daqui
Quando ingerimos repetidamente um alimento que o corpo não consegue processar adequadamente, o sistema imunológico trata-o como um invasor, e luta contra ele. Quando isto ocorre de maneira repetida e frequente, o tubo intestinal acaba por ficar cronicamente inflamado, o que danifica a sua mucosa e faz com que esta perca a camada protectora que impede que bactérias invasoras e moléculas de alimentos não digeridos penetrem na corrente sanguínea e se espalhem pelo organismo inteiro, o que conduz a uma inflamação sistémica pelo fato de que o sistema imunológico passa a lutar contra estas “moléculas proteicas invasoras”.

A inflamação sistêmica é o início de muitas e variadas doenças, tais como doenças do coração, demência, autismo, cancro e muitas outras. É realmente de espantar que a medicina convencional tenha tanta resistência em realizar a associação entre a alimentação e saúde. 

Imagem daqui
Tudo se esclarece ao percebermos que a intolerância aos alimentos em geral é, por norma, uma resposta do sistema imunitário. A intolerância pode também ocorrer se o organismo não tiver as enzimas necessárias para digerir os ingredientes dos alimentos. No caso do glúten, a sua característica colante e pegajosa interfere com a dissolução e absorção dos nutrientes a nível do intestino. Contudo, há muitas pessoas que não têm sinais manifestos de problemas gastrointestinais, mas que podem estar a sofrer um ataque silencioso em qualquer outra parte do corpo, tal como no sistema nervoso. Os problemas digestivos e as alergias aos alimentos são muito mais fáceis de identificar, pois os sintomas, como os gases, o inchaço, a dor, a obstipação, e a diarreia, manifestam-se desde logo. Mas o cérebro é um órgão mais indefinido. Pode sofrer danos ao nível molecular, sem que se aperceba.»


Conheço várias pessoas com doenças autoimunes graves que melhoraram imenso a qualidade de vida quando deixaram de comer, entre outros alimentos, o trigo moderno.

Pessoalmente, acabo de fazer uma experiência de 2 semanas sem trigo (e também sem açúcar e à base de alimentos alcalinizantes), e a "tensão alta" voltou, ao fim de 3 anos, ao normal, mesmo tendo ingerido sal. Além disso, os "calores" típicos da menopausa que me assolavam há vários meses, cerca de 4 a 5 vezes por dia, simplesmente desapareceram! Claro que pode não ser do trigo ou apenas do trigo, mas fica o testemunho.

Ver também aqui  e aqui (em português), aqui  e aqui (em inglês).

quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Utopia ecológica (Viriato Soromenho Marques)

Extratos do depoimento de Viriato Soromenho Marques no artigo do Público (Ciência) "Na utopia ecológica, o importante é que a história continue", de 14/1/2016:

Imagem obtida aqui. Projeto de Mitchell Joachim
«...
Pelo seu gigantismo, a crise ambiental coloca-nos o dilema de aceitar a complexidade, e isto implica mudar o modo de vida, os hábitos de consumo, o que comemos, como nos deslocamos. Não é fácil, é como se estivéssemos a interrogar a respiração, se cada vez que inspiramos tivéssemos de pensar se estamos a fazer bem.
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Considero que há duas utopias fundamentais. Há uma utopia clássica, que é essencialmente ética. E há uma utopia moderna, que é essencialmente tecno-científica. As utopias de Platão e de Thomas More dizem o seguinte: nós podemos criar uma sociedade melhor, temos é de ter a disposição moral para isso, temos de nos organizar ética e politicamente para isso.
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Uma das características fundamentais da utopia tecno-científica é o falhanço entre expectativa e resultados. Augusto Comte dizia, em 1822: vamos começar uma nova idade, a idade industrial. Vamos substituir o domínio do homem sobre o homem pelo domínio do homem sobre a natureza. Vamos ter mais produção, mais riqueza. Teremos a paz porque toda a gente terá abundância. Mas a paz não aconteceu. Temos tecnologia e temos guerra e exploração.
...
É o mesmo discurso dos utopistas modernos. Na biotecnologia, argumenta-se que os organismos geneticamente modificados vão acabar com a fome no mundo. É conversa. E continuamos a dizer a mesma coisa que dizíamos sobre o nuclear, que é seguro, que está sob controlo.
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Imagem obtida em "The Venus Project". Projeto de Jacques Fresco (sistemas urbanos - cidades circulares)
É por isso que surge a crítica ecológica. Ela não é anti-tecnológica, mas é uma crítica a esta forma de como nós transformamos a tecnologia num fim em si próprio, e não num instrumento fundamental. Se não colocarmos a tecnologia dentro de limites políticos muito precisos, ela vai-se desenvolver até ao colapso".
...
É escandaloso perceber que gastamos várias vezes mais na investigação de novos cosméticos do que nas energias renováveis. A investigação científico-tecnológica não é dominada por uma ideia de bem comum da humanidade, mas pela maximização do lucro das empresas.
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O recente Acordo de Paris [para o combate às alterações climáticas] corresponde à visão tecno-científica contemporânea. A ideia básica é essa: deixem o mercado trabalhar, o mercado há-de encontrar a melhor solução. O acordo coloca as regras do mercado a constranger a sociedade, enquanto devemos pôr as regras da sociedade política a constranger o mercado.
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Imagem obtida aqui. Projeto de Raimond Hullu
O sistema de compromissos anunciados pelos países não é suficiente. São palmadas nas costas, é uma conversa retórica, de que todos somos irmãos. É melhor do que não haver acordo. Mas falta a noção de que precisamos ir mais depressa. E só é possível ir mais depressa se encontrarmos mecanismos artificiais que modelem o mercado.
...
A grande utopia é termos uma sociedade que permita que cada um, dentro de limites ambientais, ecológicos, materiais, possa seguir o seu caminho. A minha utopia para o futuro é a utopia da realização do indivíduo.

Mas se não arranjarmos a casa, se não organizarmos politicamente a economia e a sociedade, não vamos ter nada disso. Teremos sociedades de refugiados ambientais, de estados policiais, de estados de emergência. O terrorismo, agora, é uma pequena amostra do que poderá vir a acontecer". »

Fonte: Viriato Soromenho Marques em "Na utopia ecológica, o importante é que a história continue", Público, 14/1/2016

domingo, 10 de janeiro de 2016

"A ERA DA ESTUPIDEZ” em Famalicão, dia 15/1

Na primeira sessão AMBIENTAR-SE de 2016, a Associação Vento Norte propõe o tema Alterações Climáticas com o filme:


e o debate dinamizado pelos convidados  Doutor Fernando Lima e Doutor Rui Faria, Biólogos - CIBIO/InBio, Universidade do Porto.
  • Dia 15 de janeiro de 2016 às 21h30 (sexta)
  • Na Casa do Território, Parque da Devesa, Vila Nova de Famalicão
  • Gratuito, entrada livre (até à lotação da sala)

O filme “A Era da Estupidez” The Age of Stupid), 2009, 92 min.) foi realizado por Franny Armstrong, e tem no papel principal o ator Pete Postlewhaite (1946-2011).



Sinopse: 
 “Após um aquecimento superior a 2°C, em 2055, a Terra já não pode ter mais condições de abrigar vidas humanas. O panorama futurista é mostrado por um arquivista, provavelmente o último homem sobrevivente de "A Era da Estupidez" (2009), que expõem fatos reais e projeções do futuro baseadas em estudos científicos, para explicar do que foi feito do planeta. A principal questão do filme, uma pergunta repetida várias vezes pelo arquivista, é por que a humanidade não evitou a sua extinção quando ainda era possível.

As sessões AMBIENTAR-SE são uma parceria entre o Município de Vila Nova e Famalicão (Parque da Devesa) e instituições locais ligadas à proteção do ambiente, que constam na exibição de um filme de tónica ambiental com debate no final.
Estas sessões ocorrerão, em 2016, na terceira sexta-feira do mês.

Informações:
parquedadevesa@vilanovadefamalicao.org / 252 374 184

Evento no Facebook:  https://www.facebook.com/events/488983724620298/

sábado, 9 de janeiro de 2016

A Guerra dos Cereais

A Guerra dos Cereais (La Guerre des Graines / Seed War):

«As sementes são um bem comum ou uma mercadoria? Devem ser partilhadas, trocadas como um recurso natural ou comercializadas em toda a linha e patenteadas?
São as sementes uma mercadoria ou um recurso vital a ser partilhado para o benefício da humanidade, tal como a água que bebemos ou o ar que respiramos? Num futuro próximo, os agricultores podem perder o direito de plantar as suas próprias sementes. Na Europa, emerge um regulamento que irá impor um controlo apertado sobre o uso de sementes agrícolas. Por trás dessa apropriação, estão cinco corporações que controlam metade do mercado de sementes e procuram alargar o seu domínio ainda mais longe.

O documentário "La Guerre des Graines", viaja da Índia à França, e até mesmo ao círculo polar, para desvendar uma silenciosa e desconhecida guerra cujo resultado é crítico - o estado da nossa independência alimentar! Neste filme, os realizadores foram ao encontro de todos os atores desta "guerra", desde ativistas ambientais, como Vandana Shiva, até às corporações e políticos europeus


Documentário transmitido pela RTP3 e que esteve disponível  na RTPPlay (legendado em português) em: http://www.rtp.pt/play/p2197/a-guerra-dos-cereais

sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

Bom ano novo!

Não esqueçamos, nem deixemos esquecer, que a natureza é a nossa essência, a nossa base, que a ela pertencemos e a ela devemos a vida!

Um bom ano de 2016!

(Vídeo do tema Mãe Natureza, extraído do filme da Disney "Fantasia 2000", editado com música de Hans Zimmer)