segunda-feira, 5 de março de 2018

Pesticidas: confrontar a impossibilidade

«Cientistas alertam para o coquetel químico tóxico pulverizado em alimentos

O número de produtos químicos aplicados aos vegetais vendidos nos supermercados aumentou até 17 vezes ao longo de 40 anos, de acordo com dados apresentados numa conferência organizada pela Secção de Epidemiologia e Saúde Pública da Royal Society of Medicine de Londres, a 20 de novembro 2017.
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O sistema de agricultura química convencional tem sido uma experiência não testada, não regulamentada e ilícita com a saúde humana e o ambiente, que causou danos incalculáveis.
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A mensagem final dos palestrantes não-industriais na conferência foi de que o sistema de regulamentação para pesticidas falhou e não pode ser reformado de forma a tornar esses produtos químicos seguros. Como já vimos, o sistema não  testa os adjuvantes, nem as formulações comerciais de pesticidas, nem os coquetéis químicos aos quais estamos expostos. Também não testa as doses baixas e realistas que podem dar origem a perturbações endócrinas. Portanto, os pesticidas devem ser erradicados da produção de alimentos e a agricultura deve ser totalmente convertida em práticas biológicas e agroecológicas bem sucedidas.»

Fonte: tradução de excertos do artigo Scientists warn of toxic chemical cocktail sprayed on food, GMWatch, 22/11/2017

Imagem obtida aqui

«E se fosse humana e cientificamente impossível verificar a segurança dos pesticidas que chegam aos nossos pratos? Teriam os governos a coragem de o admitir?

Bem, esta síntese das apresentações de uma conferência sobre pesticidas e saúde pública no Reino Unido explica porque é que é de facto impossível (não se testam misturas de pesticidas, não se testam os coadjuvantes dos pesticidas, não se testam baixas concentrações de pesticidas, não se medem muitos dos possíveis efeitos...).

Uma verificação sistemática de todos os químicos empregues implicaria um número de tal forma exorbitante de testes que é simplesmente inviável.

Portanto, das duas uma: ou os governantes vivem na leveza da ignorância desta realidade, e nesse caso são incompetentes e devem ser postos na rua, ou estão por dentro do que se passa mas preferem calar e fazer a vénia à indústria (e nesse caso deviam ser postos em tribunal).

Venha o diabo e escolha.» 

Margarida Silva, doutorada em Biologia Molecular, docente universitária e ativista da Plataforma Transgénicos Fora.  Via email recebido da  lista OGM (para se inscrever nesta lista envie um email vazio para o endereço ogm_pt+subscribe@googlegroups.com), sobre a notícia referida acima.

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